O ministro de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, destacou que o PSD continua na base do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB). Kassab era ministro das Cidades na gestão de Dilma Rousseff (PT) e deixou o cargo em abril, depois de o partido dele ter declarado voto favorável ao processo de impeachment da petista, na Câmara dos Deputados. Questionado pelo Diário de Goiás, se poderia deixar o cargo de ministro, assim como fez como fez na administração de Dilma, Kassab declarou que o trabalho dele é para ultrapassar as crises, em especial a de ordem econômica.
“Eu sou fundador do meu partido, com apoios de lideranças e companheiros de todo país. Representei o meu partido, minha bancada no governo passado e hoje represento minha bancada. Posso dizer que o nosso partido está na base do governo e procura dar a melhor contribuição possível para que a gente possa ultrapassar as crises que vivemos, em especial a crise econômica”, argumentou o ministro Kassab.
Gilberto Kassab foi escolhido por Temer para o ocupar cargo de ministro em 12 de maio de 2016. Kassab declarou que o Brasil vive uma “normalidade institucional”. Ele argumentou que é importante que seja dada uma contribuição para que o Brasil saia da crise econômica.
O importante é que o Brasil vive uma normalidade institucional. O importante é todos nossos brasileiros termos orgulho da nossa democracia, as instituições funcionando, o Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário, a imprensa livre, a crise econômica sendo enfrentada, com soluções já apontadas e em parte delas já implantadas com pleno êxito e eu como qualquer brasileiro, não apenas como ministro, disposto a dar minha contribuição para que a gente possa continuar trabalhar por um Brasil melhor, mais desenvolvido, um país com mais espaço na prateleira dos países grandes, muito expressivos.
As declarações foram dadas em entrevista coletiva concedida em Goiânia, após solenidade de migração das Rádios AM para FM no estado de Goiás e o início do desligamento do sinal analógico de TV, em Goiânia e em outros 28 municípios goianos.
Gilberto Kassab aparece em dois inquéritos autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht. Segundo depoimentos, em momentos distintos, Kassab teria recebido vantagens indevidas, quando ainda ocupava o cargo de prefeito de São Paulo, depois na condição de ministro das Cidades e no atual cargo, de ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Em depoimento de delação premiada, o empresário Wesley Batista, do grupo JBS, declarou que a empresa teria pago a Kassab R$ 350 mil mensalmente, na expectativa de um dia utilizar a influência política do ministro. Também em delação, o diretor da J&F Ricardo Saud afirmou que Kassab teria recebido propina para que o partido dele, o PSD, apoiasse a chapa Dilma- Temer na campanha presidencial de 2014.