Se a votação fosse hoje, provavelmente o nome do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) não iria adiante em sua caminhada para tornar-se embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Levantamento realizado pelo Estadão mostra apenas 15 candidatos a favor. 29 já se posicionam contra, enquanto há 7 indecisos, 29 não responderam e o presidente do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP) não vota.
Em Goiás, os senadores Jorge Kajuru que está a caminho do Patriota e Vanderlan Cardoso (PP) se posicionaram a favor da indicação. Luiz do Carmo disse ao Estadão que está indeciso.
Caso seja indicado, o terceiro filho do presidente da República seria sabatinado na Comissão de Relatores Exteriores e independente do resultado dessa votação, o nome seguirá para o plenário do Senado aonde será realizada a votação. Se tiver no mínimo 41 votos dos 80 senadores, Eduardo Bolsonaro se tornará a primeira pessoa sem carreira na diplomacia a assumir o cargo nos Estados Unidos desde o fim da ditadura militar.
A novela “Bolsonaro na embaixada norte-americana” já dura mais de um mês
A polêmica em torno do assunto começou no dia 11 de julho quando Jair Bolsonaro disse que estava pensando em indicar o filho, Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. A fala aconteceu durante a cerimônia de posse do novo diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e se dependesse do presidente, estaria apenas nas mãos do filho o aceite. O assunto não demorou para reverberar nas redes sociais. Alguns chegaram a levantar possibilidade de “fakenews” mas o próprio Bolsonaro, por meio das tradicionais lives de quinta-feira, confirmou o convite. “Meu filho fala bem o espanhol e inglês. Anda o mundo todo e é amigo dos filhos do presidente Donald Trump, o qual eu torço para a reeleição agora em 2020”, disse.
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Aparentemente, até Eduardo foi pego de surpresa com a declaração. A princípio titubeou em se manifestar sobre o assunto mas não demorou muito em sinalizar positivamente o que chamou de “missão” que foi-lhe dada por seu pai. Sua missão seria de “estreitar as relações, resgatar a credibilidade brasileira no exterior e atrair investimentos”. Também disse que “por ser filho de bolsonaro”, as relações com o governo norte-americano seriam estreitadas.
Eduardo Bolsonaro também endossou suas características para assumir a Embaixada. Além de já ter feito intercâmbio nos Estados Unidos, “já fritou hambúrguer” por lá. Também está acostumado com o frio que faz na divisa com o Canadá. “Existe um trabalho a ser feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho vivência pelo mundo”.
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