10 de setembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 10:06

Justiça de Ribeirão Preto nega novo pedido de liberdade à ex-prefeita

A Justiça negou nesta quarta-feira (13) novo pedido de liberdade à ex-prefeita Dárcy Vera (PSD), de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), acusada de corrupção passiva, peculato e de comandar uma organização criminosa.

Em agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) já havia negado liminar que pedia a libertação da ex-prefeita, presa desde maio na Penitenciária de Tremembé.

Em novembro, outros dois pedidos foram negados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

A decisão desta quarta é do juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, que não acatou pedido da advogada de Dárcy, Maria Cláudia Seixas. A defensora alegou que a ex-prefeita foi presa na Operação Sevandija com base numa delação premiada embasada em mentiras.

O ex-presidente do sindicato dos servidores Wagner Rodrigues, ex-candidato à Prefeitura de Ribeirão pelo PC do B, disse em delação que Dárcy era beneficiária de propina paga por Maria Zuely Librandi, ex-advogada do sindicato.

Conforme seu depoimento, a ex-prefeita teria recebido R$ 7 milhões em propina. Dárcy sempre negou, assim como Librandi. As duas afirmaram em depoimentos na última semana que a ex-prefeita recebeu dinheiro da advogada -R$ 120 mil-, mas a título de empréstimo.

Librandi atuava no sindicato dos servidores num acordo de perdas decorrentes do Plano Collor contra a prefeitura de R$ 800 milhões. Foram pagos desde 2008 -um ano antes de Dárcy assumir seu primeiro mandato- mais de R$ 300 milhões, além de R$ 45 milhões em honorários.

Esse montante é ilegal, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público paulista.

De acordo com a Promotoria, os pagamentos eram feitos em dia, enquanto lixo se acumulava na cidade e hospitais não recebiam repasses da administração municipal. Dárcy seria beneficiária de propina para manter o pagamento.

Em seu depoimento, a ex-prefeita disse ainda que vai provar sua inocência e que a família vive dificuldades financeiras.

A apuração chegou a licitações fraudadas que somam R$ 203 milhões, segundo o Gaeco. Foram denunciadas 34 pessoas e bloqueados R$ 33 milhões, além de 68 imóveis e 66 veículos. (Folhapress)

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