10 de agosto de 2024
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Juiz manda soltar hackers acusados de invadir celulares de autoridades da Lava Jato

Ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. Imagem: Isac Nobrega/PR.
Ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro. Imagem: Isac Nobrega/PR.

A Justiça Federal do Distrito Federal decretou a liberdade dos hackers Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer,  acusados de serem os invasores dos  celulares do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e de integrantes da Operação Lava Jato, que investiga contratos ilícitos na Petrobras.

A decisão decretada nesta  segunda-feira (28) pelo  juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, informa que   manter os acusados  presos  durante toda a tramitação do processo criminal que respondem acarretaria “inevitável excesso de prazo”.

Os  suspeitos foram  presos em 2019,  na Operação Spoofing,  deflagrada pela Polícia Federal para desarticular o grupo que teria acesso  às  contas do aplicativo de mensagem Telegram usadas por autoridades.

Um dos acusados, o  Delgati, mesmo tendo sua liberdade decretada, continuará preso devido a outro processo que responde.  Porém, seu advogado, Ariovaldo Moreira,  informou que seu cliente já tem direito à progressão para o regime aberto ou ao livramento condicional,  por isso, disse o advogado,  já acionou a Justiça para libertá-lo. 
Os réus são acusados de terem  invadido os  celulares de autoridades da Lava Jato e repassado as mensagens para o site The Intercept Brasil, que divulgou o conteúdo que ficou conhecido como a Vaza Jato, conversas de autoridades de cunho político e que foram consideradas  pela defesas dos réus da operação como ações parciais do juiz responsável pela Lava Jato, à época, Sergio Moro, que depois virou ministro da Justiça e pediu demissão em abril deste ano. Este episódio pode influenciar, dizem juristas, em uma ação que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) em que a defesa do ex-presidente Lula pede a suspeição  de Moro nos processos  contra o petista, pois, segundo a defesa, Moro foi parcial nas decisões. O julgamento no STF está parado após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. 


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