A Justiça Federal do Distrito Federal decretou a liberdade dos hackers Walter Delgatti Neto e Thiago Eliezer, acusados de serem os invasores dos celulares do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e de integrantes da Operação Lava Jato, que investiga contratos ilícitos na Petrobras.
A decisão decretada nesta segunda-feira (28) pelo juiz Ricardo Leite, substituto da 10ª Vara Federal de Brasília, informa que manter os acusados presos durante toda a tramitação do processo criminal que respondem acarretaria “inevitável excesso de prazo”.
Os suspeitos foram presos em 2019, na Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal para desarticular o grupo que teria acesso às contas do aplicativo de mensagem Telegram usadas por autoridades.
Um dos acusados, o Delgati, mesmo tendo sua liberdade decretada, continuará preso devido a outro processo que responde. Porém, seu advogado, Ariovaldo Moreira, informou que seu cliente já tem direito à progressão para o regime aberto ou ao livramento condicional, por isso, disse o advogado, já acionou a Justiça para libertá-lo.
Os réus são acusados de terem invadido os celulares de autoridades da Lava Jato e repassado as mensagens para o site The Intercept Brasil, que divulgou o conteúdo que ficou conhecido como a Vaza Jato, conversas de autoridades de cunho político e que foram consideradas pela defesas dos réus da operação como ações parciais do juiz responsável pela Lava Jato, à época, Sergio Moro, que depois virou ministro da Justiça e pediu demissão em abril deste ano. Este episódio pode influenciar, dizem juristas, em uma ação que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) em que a defesa do ex-presidente Lula pede a suspeição de Moro nos processos contra o petista, pois, segundo a defesa, Moro foi parcial nas decisões. O julgamento no STF está parado após um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes.