16 de dezembro de 2024
Saúde

Jovem é internado com monkeypox, faz alerta e relata na internet sobre sintomas: “dor terrível”

João Pinheiro está internado a 11 dias e resolveu expor em uma rede social o que vem passando para compartilhar informações sobre a doença
Rapaz disse que começou sentindo cansaço extremo e o surgimento de uma afta e gânglios do pescoço incharem. (Foto: reprodução)
Rapaz disse que começou sentindo cansaço extremo e o surgimento de uma afta e gânglios do pescoço incharem. (Foto: reprodução)

Um jovem internauta chamado João Pinheiro viralizou depois divulgar uma thread em que conta sobre os sintomas que teve após ser infectado com o vírus monkeypox. Internato a 11 dias, João escreveu no Twitter e disse que teve, como objetivo, levar mais informações e alertar sobre a falta de conhecimento ou de trato por parte de profissionais da área da saúde.

Em sua primeira postagem o jovem escreveu: “Comecei sentindo um cansaço/fadiga, que achei que era devido aos 45º que ‘tava’ fazendo onde eu estava – e então surgiu uma afta (foto). Só que essa afta não melhorava, só aumentava e então comecei a sentir os gânglios do meu pescoço incharem”. Confira na íntegra o relato do jovem com monkeypox:

João explicou que, na sequência do cansaço e da afta, fez exames e, ao descobrir que tinha mokeypox, sentiu febre moderada, dores nas articulações, o aumento da ‘afta’ da boca e o aparecimento das lesões pela pele. “Essas feridas não doem, coçam igual uma picada de pernilongo. Tive algumas no rosto mas já até saíram e não deixaram marcas. Porém a ferida da boca valeu por todas as outras que eu poderia ter tido. Os médicos dizem que por ser numa mucosa as coisas ficam mais difíceis”, relatou.

“Após 1 semana minha boca estava completamente inchada, mal conseguia comer e a dor que consigo descrever é: vários cacos de vidro no meu lábio e um alicate apertando eles. É uma dor local porém neuropática, terrível, 10 de 10”, contou o jovem.

O objetivo do relato, reforçou João, que continua internado, segundo ele, foi por achar importante “expor para que as pessoas se informem e saibam que apesar de não ser letal os sintomas podem ser extremamente severos”.

“Eu não sei como peguei, já que a única pessoa que tive relação íntima na viagem que fiz não teve nada. Outro problema é que muitos médicos estão despreparados pra lidar com estes casos e no ápice da minha dor tive que ouvir da médica ‘ai mas é assim mesmo, vc tem que aguentar firme’, como se dipirona e tramal fosse o máximo de analgesia q eles tivessem”, desabafou. No Instagram, João Pinheiro também tem respondido dúvidas de seguidores que querem mais informações sobre a doença.

Vale lembrar que o Brasil já tem 2.893 casos de monkeypox confirmados e segue como um dos 5 países com mais registros da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, 95% são homens e a maioria está na faixa dos 30 anos. Os dados mostram que a disseminação da doença no Brasil segue o mesmo padrão de outros países, com os principais afetados sendo homens que fazem sexo com outros homens. As informações são do portal Catraca Livre.

Apesar desse perfil epidemiológico, a pasta faz um alerta para não se estigmatizar a doença a um grupo específico, já que ao vírus pode contaminar qualquer pessoa, incluindo crianças. “Essas referências feitas aqui a homens que fazem sexo com homens é uma constatação tão somente epidemiológica. Não podemos incorrer nos erros do passado. Nós já sabemos o que aconteceu na década de 80 com HIV/Aids. Não é para discriminar as pessoas, é para protegê-las”, disse o ministro Marcelo Queiroga em coletiva de imprensa em Brasília.


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