O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, também conhecido como “Pepe” Mujica, revelou em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29) que foi diagnosticado com um tumor no esôfago. Mujica, que tem 88 anos, também afirmou em suas redes sociais, que o diagnóstico ocorreu na semana anterior durante exames de rotina e, que apesar de demonstrar resiliência, alertou para sua condição de saúde.
O político também disse que as opções de tratamento, como quimioterapia ou cirurgia, são consideradas improváveis devido a uma doença imunológica que ele carrega há mais de duas décadas, afetando, entre outros aspectos, a função renal.
“Mais de uma vez a morte rondou minha cama, mas eu fui protegido. Desta vez parece que ela vem com a foice em punho”, declarou José Mujica, enquanto estava cercado por bandeiras do Movimento Participação Popular (MPP), que ele lidera. Apesar da situação, ele expressou sua determinação em continuar suas atividades políticas e sua paixão pela agricultura em sua casa.
Sua médica pessoal, Raquel Pannone, contatada pelo jornal local El País, não compartilhou detalhes sobre o estado de saúde ou os possíveis planos de tratamento, considerando que o diagnóstico do tumor é muito recente.
José Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro, foi eleito presidente do Uruguai em 2009, derrotando nas urnas Luis Alberto Lacalle, pai do atual presidente, Lacalle Pou. Ao assumir o cargo, tornou-se o presidente mais velho da história do país. Sua vida foi marcada por anos de prisão política durante a ditadura militar uruguaia, onde enfrentou condições desumanas e foi submetido a tortura.
Desde que deixou a presidência e renunciou ao cargo de senador em 2020 devido à pandemia de coronavírus e sua condição de saúde, Mujica permaneceu ativo na política, sendo considerado um conselheiro para figuras de esquerda e centro-esquerda na região. Ele participou ativamente da campanha presidencial de Lula em 2022 e recentemente fez críticas ao processo eleitoral na Venezuela, destacando questões de democracia e direitos humanos.
Seu posicionamento atraiu atenção, especialmente após críticas públicas feitas por figuras do chavismo, como o procurador-geral Tarek William Saab, que relacionou o Uruguai ao narcotráfico, especialmente após a legalização da maconha no país. Este debate reflete desafios políticos e sociais significativos na América Latina, enquanto Mujica continua a desempenhar um papel influente na arena política regional.
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