19 de dezembro de 2024
Cidades

Jornalista Míriam Leitão volta a citar Goiás como exemplo de ajuste fiscal

Pela terceira vez nos últimos três meses, a jornalista Míriam Leitão destacou as decisões administrativas e financeiras do governador Marconi Perillo como referência nacional na contenção da crise. Em sua coluna na rádio CBN, a jornalista analisou na manhã de hoje (28 de dezembro) que a necessidade de contrapartida dos Estados para renegociarem suas dívidas pelo governo federal deve ser exigida e que “os Estados que já fizeram ajustes”, como Goiás e Espírito Santo, estão numa situação melhor que outros que ainda não fizeram. Ela elogiou a postura do presidente Michel Temer em vetar as medidas aprovadas pela Câmara dos Deputados que não exigiam a contrapartida dos governos estaduais.

“Quero lembrar aqueles que fizeram ajuste e que fizeram esforços. Há vários Estados que estão numa situação muito melhor que Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. É o caso de Goiás e Espírito Santo. O País inteiro tem de entrar numa nova disciplina. Estamos vivendo o colapso dos serviços públicos em alguns lugares”, afirmou Míriam, que assina a coluna Dia a Dia da Economia na CBN e é considerada uma das referências em coberturas e análises de assuntos econômicos do País.

Em 23 de novembro, a jornalista disse que os ajustes realizados por Marconi em 2014 anteciparam os efeitos da crise econômica iniciada em 2015 e colocaram Goiás, ao lado do Espírito Santo e Pará, em uma atual situação fiscal “melhor do que a maioria”.  Em setembro, ela afirmou que governo Marconi Perillo foi um dos três do País a “fazerem o dever de casa e o ajuste fiscal necessário para evitar o colapso do Estado”. Para ela, Goiás não entrou em colapso graças a estas medidas.

Hoje, Míriam analisou a possibilidade do presidente  Michael Temer vetar integralmente o projeto de lei que autoriza a negociação dos Estados com a União sem contrapartidas. Segundo ela, contrapartidas são necessárias e fazem parte de qualquer negociação entre credores e devedores. “A Câmara fez populismo: o governo federal tem de dar tudo para os Estados; os que estão em situação pior ficam sem pagar e sem nenhuma contrapartida. Não é assim que a coisa funciona.”

Segundo ela, conforme o projeto aprovado pelo Congresso, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que já decretaram calamidade, não vão pagar nada nos próximos três anos. Com isso, o Tesouro vai carregar a dívida durante este período.  “Não faz sentido. Os Estados têm de se comprometer com as contrapartidas. Na verdade quando o Tesouro paga, é o contribuinte federal que está ajudando os estados. E nem todos os estados estão na mesma situação financeira. Há estados com situação melhor”, disse.

Para Míriam, os governos precisam se comprometer com mudanças profundas nas estruturas de contas e não esperar apenas o recebimento das concessões do governo federal. “Os Estados que já decretaram calamidade (RJ, RS, MG) vão passar três anos sem pagar nada. A dívida vai crescer e o Tesouro vai carregar sua dívida. Isso tem de ter contrapartida. Eles tem de se comprometer com mudanças profundas na sua estrutura de compras, para não ser necessária daqui a 3 anos uma nova renegociação. Os estados que já aprovaram medidas, como Goiás e Espírito Santo, estão numa situação melhor”.

Goiás se tornou o primeiro Estado brasileiro a aprovar, na semana passada, suas contrapartidas. Na última quinta-feira, os deputados goianos aprovaram projetos de lei de autoria da Governadoria que promovem cortes no número de comissionados e de despesas com gratificações e diárias, além de promoverem o aumento da contribuição previdenciária de servidores e de estabelecerem contribuição das empresas que recebem incentivos fiscais. Os projetos foram apresentados pelo governador um dia após os governadores pactuarem com a equipe econômica do governo federal o pacote de austeridade.


Leia mais sobre: Cidades