23 de agosto de 2024
Brasil

Jornal francês demonstra preocupação com desmatamento no Brasil e diz que Bolsonaro é “mentiroso” e “esnobou” chanceler

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A correspondente em São Paulo Claire Gatinois, do jornal francês Le Monde, publicou um artigo nesta quinta-feira (08/08). Com o título “Desmatamento recorde no Brasil, o perigoso jogo de Jair Bolsonaro” seu texto faz uma retrospectiva do que aconteceu nos últimos dias em terras brasileiras. Além de chamar o presidente da República, Jair Bolsonaro de mentiroso relembrou o episódio em que desmarcou uma reunião com o chanceler francês Jean-Yves Le Drian e apareceu no mesmo horário cortando o cabelo em uma “live”. A jornalista disse Bolsonaro “esnobou” Le Drian.

Gatinois utilizou os dados do próprio Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE): “O desmatamento da Amazônia está se acelerando perigosamente no Brasil: em julho, teria aumentado em 278% em relação ao mesmo mês de 2018, como mostram os dados do sistema De detecção de desmatamento em tempo real, chamado Deter”, escreveu a jornalista. Não antes de disparar críticas ao presidente brasileiro: “Apesar dos ataques, ameaças e alegações de mentiras feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, os satélites continuam a descrever a realidade implacável.”

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Os números segundo Gatinois são “assustadores”. “Soma-se ao aumento de 88% observado em junho e ao aumento de 34% registrado em maio. No total, nada menos que 6.833 km2 de floresta primária brasileira foram desmatados por um ano (incluindo 4.700 km2 desde janeiro), o equivalente a 65 vezes a cidade de Paris, ou três quartos de um vasto território como Córsega”, comparou.

A jornalista taxou a demissão do ex-diretor do Inpe, Ricardo Galvão como “forçada” e que os números divulgados pelo diretor em vez de causar sentimento de preocupação em Bolsonaro, ampliaram sua “Fúria presidencial”. “Determinado a não ceder à “psicose ambiental”, Jair Bolsonaro repete que os dados do Instituto são “falsos”, enquanto seu ministro Meio Ambiente, Ricardo Salles, refuta qualquer ‘alarmismo'”.

Mais: num malabarismo tamanho, a jornalista relembra que Salles até concordou que os números realmente possam estar corretos, mas eles são “mal interpretados”.

Por fim, chamou Bolsonaro de “líder da extrema direita brasileira” que vem “enfrentando suas contradições” e que o presidente da República “multiplica as provocações para a comunidade internacional”. Termina relembrando a reunião não consumada com Le Drian: “Em meio ao seu eleitorado mais radical, o presidente esnobou o chanceler francês Jean-Yves Le Drian, que visitou Brasília no dia 30 de julho, depois de visitar ONGs ambientalistas.”


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