Após protagonizar polêmica sobre um possível retorno ao Flamengo, na semana passada, o técnico Jorge Jesus afirmou que aceitaria convite para comandar a seleção brasileira. O português está desempregado e tentou voltar ao time carioca nos últimos dias, sem sucesso, depois de entrevista polêmica.
Na noite de segunda-feira, ele deu entrevista ao canal SporTV, em que foi questionado sobre seu futuro, incluindo uma eventual possibilidade de receber convite da CBF. “Isso é irrecusável, para qualquer treinador. Muito mais para mim, não tem dúvida”, afirmou Jorge Jesus.
“Não há nenhum treinador no mundo que possa recusar um convite para treinar a seleção do Brasil. Muito menos eu, seria um orgulho muito grande. Como um marco histórico da minha carreira, treinar e ter a possibilidade de trabalhar com os melhores jogadores do mundo. E os jogadores brasileiros, volto a dizer, são os melhores do mundo não só em quantidade, mas também em qualidade”, exaltou.
O cargo de técnico da seleção deverá ficar vago no fim do ano. Tite já avisou que deixará o time nacional ao fim da Copa do Mundo do Catar, que será disputada entre novembro e dezembro deste ano. E o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já declarou que poderia contratar um estrangeiro para a função. “Acho que um treinador da seleção do Brasil pode ser campeão do mundo e vice-campeão, ou seja, pode fazer duas seleções”, disse Jesus.
Na mesma entrevista, o ex-treinador do Flamengo revelou que foi procurado por duas seleções sul-americanas nos últimos anos. Uma delas foi o Chile. Ele comentou também sobre uma proposta do Everton, da Inglaterra.
“Quando saí do Benfica, tive possibilidade de trabalhar em diversas partes do mundo, inclusive na Inglaterra. O Everton me convidou, não me entusiasmou, porque fui habituado a ganhar títulos, não jogos. É dentro de um projeto assim que estou à procura. Só a partir de maio vou começar a definir. Umas portas abrem, outras fecham. Já fechei algumas portas por não ter aceitado no momento em que saí do Benfica.”
Jesus também falou sobre sua passagem pelo Flamengo, no qual conquistou o Brasileirão e a Copa Libertadores de 2019, entre outros títulos. Ele admitiu que não deixou legado na equipe, apesar da conquista do Brasileirão do ano seguinte pela equipe carioca, já sob o comando de Rogério Ceni.
“Não deixei nenhum (legado). Quando eu chego em uma equipe eu levo minha equipe técnica, portanto quando cheguei ao Flamengo o Marcos Braz disse que tinha o treinador (da comissão permanente), na verdade vários nomes, quatro nutricionistas, scout. Eu disse que não queria. Não queria ninguém ali, a minha equipe técnica faz esse trabalho todo, disse que só ia escolher algumas pessoas.”
Ele comentou também sobre a final do Mundial de Clubes de 2019, quando o Flamengo perdeu para o Liverpool. “Tive três jogadores que naquele jogo não jogaram no nível deles. Um dos quais tem muito carinho por mim, jantei com ele no hotel onde estou. Eu disse: “Gabi, tu naquela final não estiveste ao teu nível”. Mais dois jogadores. Um deles foi o Gerson. A gente se calhar tinha ganho aquela final. Mas isso acontece. Eles sentiram muito aquela final. Esses meus três jogadores, que eram Gerson, Everton e Gabi. Não estiveram no limite deles, fez com que a gente não criasse mais momentos.”
Na semana passada, Jesus causou polêmica ao tentar cavar seu retorno ao comando do time, hoje comandado pelo compatriota Paulo Sousa. A tentativa gerou forte repercussão no futebol nacional e até internacional. Um grupo de mais de 30 treinadores portugueses anunciaram apoio a Sousa e criticaram a postura de Jorge Jesus.
(Conteúdo Estadão)
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