A deputada federal Joise Hasselman (PSL-SP) afirmou nesta quarta-feira (4), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News que Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, comandariam um grupo que ficou conhecido como “gabinete do ódio”.
Esse grupo, conforme Hasselman, é formado por uma rede de assessores e atuaria no terceiro andar do Palácio do Planalto promovendo ataques virtuais em redes sociais contra desafetos da família e adversários do governo. “Carlos e Eduardo são os cabeças, os mentores”, disse a parlamentar.
Ainda de acordo com Hasselman, R$ 491 mil por ano, da verba pública, são destinadas ao pagamento dos componentes do “gabinete do ódio”.
Modus operandi
A parlamentar afirmou que a estratégia do grupo começa em atacar personalidades consideradas traidoras. “Qualquer pessoa que eventualmente discorde [da família Bolsonaro] entra como inimigo da milícia”, disse.
Haveria, segundo ela, um calendário de posts com memes ou ofensas. A deputada também disse que a rede usa milhões de robôs para compartilhar mensagens de forma articulada e fazê-las viralizar.
A parlamentar relatou ainda ter usado um software desenvolvido por uma universidade americana para analisar os perfis no Twitter do presidente Jair Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro. Segundo ela, quase 2 milhões de seguidores dos perfis deles são robôs.
Ainda de acordo com ela, o software identificou 21 perfis do aplicativo Instagram usados pelo grupo que seriam interligados para distribuir o conteúdo de memes e notícias falsas a algumas páginas do Facebook.
Presidente nega
Questionado pela imprensa ainda na quarta-feira (4) sobre a existência de tal estratégia, o presidente Jair Bolsonaro negou. “Inventaram um gabinete do ódio e alguns idiotas acreditam na informação”, disse.
O deputado Eduardo Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, não se pronunciaram.
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