RAPHAEL HERNANDES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quando a Copa começou, o meia islandês Rurik Gislason era só mais um na internet. Reserva na equipe nacional, jogador de um clube de pouco destaque na Alemanha… E com 30 mil seguidores no Instagram.
No empate em 1 a 1 com a Argentina, estreia da seleção islandesa na Copa, Gislason saiu do banco para bombar na rede social: mais de 200 mil novos seguidores da noite pro dia. Ele terminou a Copa na casa de 1,3 milhão, cerca de 45 vezes mais do que no começo do torneio.
Os números ainda são muito inferiores aos de medalhões como Cristiano Ronaldo (134 mi) Neymar (95 mi) e Messi (93 mi), mas são expoentes do que parece ser uma excelente receita para angariar seguidores e likes na rede social: jogar uma Copa do Mundo.
Foram analisadas as contas no Instagram de 476 jogadores -incluindo todos os 23 convocados por Tite- que disputaram esta edição do Mundial, todas confirmadas pela rede social como oficiais. Desses, 442 viram seus perfis ganharem seguidores num ritmo mais acelerado durante a Copa em relação a antes do torneio.
Foram consideradas as postagens de três meses antes do início do torneio até o fim das semifinais. Os dados vieram do CrowdTangle, sistema do Facebook, também dono do Instagram, para análise de redes sociais. O levantamento não leva em consideração os “stories” publicados, tipo de conteúdo que é extinto após 24h no sistema.
Em média, os jogadores ganhavam cerca de 2.250 seguidores diariamente antes da abertura da Copa, no dia 14 de junho. O valor passou para 7.500 durante o Mundial, três vezes maior.
Quem mais se beneficiou nessa história foi a seleção islandesa, de Gislason, com crescimento médio de 400% comparando os perfis antes e durante o Mundial.
O engajamento do público, no geral, também subiu. O número médio de interações (curtidas e comentários) foi 20% mais alto durante a Copa.
Os jogadores croatas foram os mais ativos, com média de 0,54 post por dia. Nem tudo é enviado pelos próprios jogadores, parte é trabalho de assessores.
Os brasileiros são os quintos nesse ranking, com 0,46 publicações diárias. Eles tiraram o pé da rede social após a eliminação nas quartas. O número de posts por dia caiu mais da metade se comparado com o período antes da derrota para a Bélgica.
A conta do volante Fernandinho foi a que mais teve postagens entre os brasileiros durante o Mundial, um total de 27, menos da metade das 61 do argentino Cristian Ansaldi, maior publicador durante o torneio.
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