19 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 09:38

Joesley diz que fez contrato fictício com sócio de Cardozo

Joesley pode ter emprestado R$ 5 milhões (Foto: Fotos Públicas- Agência Brasil)
Joesley pode ter emprestado R$ 5 milhões (Foto: Fotos Públicas- Agência Brasil)

O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República) que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro José Eduardo Cardozo.

A banca “emitia mensalmente notas de R$ 70.000,00 ou R$ 80.000,00 para contratos fictícios e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo”, segundo o depoimento de Joesley.

O empresário contou que os contratos serviam para manter “boa relação” com o ex-ministro da Justiça, que o “tratava muito bem”, segundo lhe dizia o advogado Marco Aurélio. E que, conforme Marco Aurélio, “o dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo”.

Joesley disse que “nunca perguntou se o dinheiro chegava” de fato a Cardozo.

Ele disse ainda que a J&F patrocinou vários eventos e palestras do IDP (Instituto de Direito Público), do ministro Gilmar Mendes. Conforme antecipou a Folha de S.Paulo em maio, a J&F pagou R$ 2,1 milhões ao IDP.

Para Joesley, a prática não era ilícita: “Nessa de resolver o que seria ou não crime veio essa questão e Francisco de Assis e Silva [advogado da empresa] disse que não era crime”.

Segundo o delator, “antes Francisco de Assis e Silva perguntou a Marcello Miller [se havia ilícito] e houve divergência de entendimento”. Para Joesley, de acordo com o que depôs, “não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum beneficio em troca” e que uma diretora [do instituto], “Dalide [Corrêa], procurou a empresa do depoente para o patrocínio”.

Outro lado

O ex-ministro da Justiça disse à reportagem nesta segunda-feira (11) que as novas afirmações contradizem as primeiras declarações dadas por Joesley em acordo de delação premiada quando fez referências a Marco Aurélio Carvalho. Segundo o ex-ministro, os executivos da JBS o isentaram de qualquer relação com os pagamentos.

Na época do acordo, o advogado Carvalho disse ao “Valor Econômico” que seu escritório, o Carvalho e Pereira de Carvalho Advogados Associados, “efetivamente” trabalhou para o grupo J&F e “os padrões éticos, seguidos” na relação contratual. (Folhapress)

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