22 de dezembro de 2024
Saúde

Jejum intermitente pode motivar remissão de diabetes tipo 2, diz estudo; especialista explica

Pesquisa separou pessoas em dois grupos e, após 3 meses, participantes do grupo que realizaram a intermitência alimentar apresentaram melhoras significativas; médico explica
A diabetes tipo 2 é a mais frequente dentro dos tipos e surge quando o pâncreas não é capaz de produzir insulina suficiente ou quando esta não é utilizada de forma eficaz pelo nosso organismo. (Foto: reprodução)
A diabetes tipo 2 é a mais frequente dentro dos tipos e surge quando o pâncreas não é capaz de produzir insulina suficiente ou quando esta não é utilizada de forma eficaz pelo nosso organismo. (Foto: reprodução)

Apesar de atingir mais de 500 milhões de pessoas no mundo, um estudo recente mostrou a remissão de diabetes tipo 2 em pessoas que optaram por jejum intermitente, trazendo esperança para a área médica e melhor qualidade de vida para os portadores da doença. Pessoas entre 38 e 72 anos que têm a enfermidade metabólica, conhecida pela diminuição da ação e produção de insulina ou resistente a ela, e que usam medicamentos antidiabético ou injeção de insulina, foram separados em dois grupos, um para a Terapia Nutricional Médica Chinesa (CMNT de intermitência) e outro apenas para controle.

Após três meses, a pesquisa apresentou que 47,2% dos participantes alcançaram remissão da diabetes no grupo CMNT, enquanto apenas 2,8% tiveram o mesmo resultado no grupo de controle. Além disso, o peso corporal médio dos participantes do grupo CMNT foi reduzido, em média, em 5,93 kg contra 270 gramas no outro grupo.

O estudo continuou e mostrou que, após um ano de acompanhamento, 44,4% dos participantes do grupo CMNT, do jejum intermitente, alcançaram remissão sustentada. Ou seja, quando o portador não apresenta sinais e sintomas da doença durante todo o período de 12 meses ou mais. Os custos com medicamentos do grupo CMNT também foram 77,22% menores do que os do grupo de controle.

O médico intensivista e nutrólogo Dr. José Israel Sánchez Robles, e que atua em Goiânia desde 2008 explicou o porquê da remissão nos casos de diabetes tipo 2. “A remissão foi possível porque os pacientes mudaram seus hábitos de vida, praticaram exercícios e perderam peso. Além disso, este tipo da doença não é necessariamente uma doença permanente, o que facilita a remissão”, afirmou.

O médico intensivista e nutrólogo Dr. José Israel Sánchez Robles fala sobre a remissão de diabates tipo 2 com o jejum intermitente. (Foto: divulgação)

José Israel ainda lembrou, ainda, que de acordo com a Federação Internacional de Diabetes, os gastos com saúde relacionados à diabetes cresceram consideravelmente 316% nos últimos 15 anos. De US$ 232 bilhões em 2007 para US$ 966 bilhões em 2021. “Essa é outra das justificativas para que estudos como esse, que ajudam na remissão da doença, continuem e possam levar mais qualidade de vida às pessoas”, reforçou.

É importante lembrar também que a dieta da Terapia Nutricional Médica Chinesa (CMNT), ou jejum intermitente, é uma abordagem dietética que propõe 5 dias de jejum seguidos de 10 dias de reintrodução de alimentos do dia a dia. Nela são incluídos alimentos diários, como trigo, cevada, arroz, centeio e aveia, com cargas glicêmicas, calorias e carboidratos reduzidos, bem como aumento de ácidos graxos insaturados.

“Para realizar tal dieta, porém, é muito importante que as pessoas, sejam as que têm diabetes tipo 2 e procurem um profissional para acompanhar o processo de forma correta”, alerta o Dr. José Israel.

Para quem é portador de diabetes tipo 2, o estudo com o jejum intermitente é uma esperança, já que foi realizado em condições da vida real. A intervenção foi realizada por enfermeiras treinadas e com o protocolo clínico padrão durante os 12 meses. Apesar disso, também é importante lembrar que a sustentabilidade da pesquisa a longo prazo, ou seja, após um ano, não foi avaliada.


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