Além de acordos de delação envolvendo sete executivos, a JBS negocia também acordo de leniência (delação premiada da pessoa física) no Brasil e nos Estados Unidos.
Envolvidos nas investigações relataram que nesta quinta (18) houve uma reunião em São Paulo entre representantes da empresa e procuradores que negociam a leniência no Brasil.
Entre os responsáveis pelas tratativas estão integrantes da Procuradoria da República no Distrito Federal. Eles coordenaram operações em que a empresa é alvo, como a Greenfield, que apura irregularidades com dinheiro de fundos de pensão.
O objetivo dos investigadores era divulgar a assinatura da leniência juntamente com as delações, mas com o vazamento de conteúdos da colaboração isso não foi possível.
Segundo a reportagem apurou, um dos assuntos tratados nas conversas é se a holding J&F, dona de todas as empresas da família Batista, incluindo o frigorífico JBS, integrarão o acordo, ou se ele se limitará a algumas companhias do grupo.
A empresa também negocia leniência com o DoJ (Departamento de Justiça americano). O ex-procurador da Lava Jato Marcello Miller é um dos profissionais que atua nessa frente.
Ele deixou oficialmente o Ministério Público no início deste ano e passou a integrar o quadro de sócios do escritório Trench Rossi e Watanabe, no Rio de Janeiro, que pilota as negociações no exterior.
Pessoas ligadas às investigações atribuem a Miller algumas das ideias que ajudaram a flagrar políticos, como a colocação de chips em maletas de dinheiro e notas numeradas para facilitar o rastreamento.
Procurado, Miller não respondeu os questionamentos da reportagem. (Folhapress)
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