19 de dezembro de 2024
Brasil

JBS comprou apoio de partidos para Aécio por R$ 50 milhões, diz delator

A JBS pagou mais de R$ 50 milhões a partidos políticos que integraram a base aliada da campanha de Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República em 2014.

Segundo delação do lobista e delator Ricardo Saud, a JBS comprou o apoio de 12 partidos, sendo que R$ 9,4 milhões foram pagos por meio de caixa dois. Ele conta que, desse valor, R$ 4 milhões foram liquidados com notas fiscais emitidas a empresas indicadas por Paulinho da Força, presidente do Solidariedade.

Ao total, a sigla recebeu R$ 15,2 milhões do frigorífico, sendo que R$ 11 milhões foram declarados.

O partido que mais recebeu recursos foi o PTB, sendo R$ 17,9 milhões por vias oficiais e pouco mais de R$ 2 milhões em espécie.

A terceira sigla que mais recebeu dinheiro foi o PMN, campeão em caixa dois. Saud informou que deu R$ 6,6 milhões à sigla, sendo R$ 1,3 milhão oficialmente e R$ 5,3 milhões em espécie. O responsável por pegar o dinheiro vivo foi o primo de Aécio, Frederico Medeiros, preso desde quinta-feira (18) e um dos delatados pela JBS.

O DEM recebeu R$ 2 milhões em declarações oficiais. Saud contou ainda que a empresa pagou mais R$ 2 milhões ao presidente da sigla Agripino Maia, um dos coordenadores da campanha de Aécio. O delator não diz, porém, se o dinheiro foi pago por caixa dois ou declarado à justiça eleitoral.

As demais doações feitas pela JBS para comprar apoio para a campanha de Aécio foram declaradas, sendo R$ 1,5 milhão ao PMDB, R$ 1 milhão ao PT do B, R$ 650 mil ao PTN, R$ 650 mil ao PTC, R$ 500 mil para o PEN, R$ 150 mil ao PSL, R$ 100 mil ao PSC e R$ 50 mil.

Na delação da Odebrecht tornada pública em abril, o ex-executivo Alexandrino Alencar relatou a compra em dinheiro vivo de partidos para compra da base aliada da chapa de Dilma Rousseff em 2014. A empreiteira pagou, segundo ele, R$ 7 milhões a cada um dessas siglas: PROS, PC do B e PRB, totalizando R$ 21 milhões desembolsados.


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