O apoio do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Planalto não caiu muito bem ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Em uma transmissão ao vivo concedida nesta terça-feira (28/09), o chefe do executivo brasileiro reservou tempo para disparar contra o vídeo do jurista, que também direciona críticas ao capitão da reserva.
Em uma live recheada de ataques aos institutos de pesquisa e críticas indiretas ao processo eleitoral, Bolsonaro evocou certo tom golpista. “Se você sabe de algo que por ventura esteja considerado errado em algum lugar, sei que você vai ter dificuldade em denunciar, faça chegar ao meu conhecimento para a gente tomar providências”, pediu. “Estamos fazendo o possível para eleições limpas e transparentes. Todos nós queremos isso”, disparou.
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Momentos antes, no entanto, Jair Bolsonaro comentou o apoio que Lula recebeu de Barbosa. Para ele, a notícia o surpreendeu. “Tem notícias que chocam a gente. Joaquim Barbosa, que julgou o pessoal do mensalão, condenou o José Dirceu, condenou tanta gente com muita propriedade”, disparou.
Na sequência, Bolsonaro adotou tom conspiratório para a renúncia do ex-ministro Joaquim Barbosa, chegando a colocar dúvidas sobre a aposentadoria do jurista, em 2014, quando ainda era presidente da Corte e antes do fim de seu mandato. “Por que renunciou? Alguma coisa aconteceu. Cada um pode pensar o que bem entender. Eu não vou falar o que eu penso. O meu pensamento pode ter certeza que vai estar de acordo com a maioria de vocês. Renunciou… Alguma coisa aconteceu. Ele se preocupou com alguma coisa, ou foi questão de foro íntimo”, indagou.
Jair Bolsonaro chama eleitores ‘para guerra’
Ao comentar sobre o apoio de Joaquim, Jair Bolsonaro pediu ajuda para seus eleitores. Em tom efusivo, disse que era necessário “vencer a guerra, pessoal’. “Para mim, seria mais fácil estar do outro lado, mas eu não vou trair nem você, nem minha consciência. Zero… Zero traição aqui, se eu errar um dia, eu percebi que errei e toca o barco”, disparou.
Jair Bolsonaro ainda reclamou que leva ‘pancada 24 horas por dia’ e que arranca lágrimas emocionadas de criancinhas pelos lugares que passa. “Todos nós devemos lutar pela nossa vida e liberdade. Temos de estar juntos, do lado do bem, nós queremos um Brasil livre. Em todo o lugar que eu vou acontecem coisas que me emocionam. Crianças chorando, de 4, 5, 6 seis anos. É por eles que temos que lutar.”, salientou.
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Bolsonaro concluiu dizendo que era necessário que os eleitores saiam de suas casas para votar no próximo dia 2 de outubro. “É por eles que temos que lutar. Não se omita, não fique em casa, não deixe de fazer contato com quem pensa diferente de você”, destacou, pedindo que seus apoiadores conversem com indecisos. “Na paz, com tranquilidade, sem perder a linha”, salientou.
Bolsonaro diz que números do Datafolha ‘são mentirosos’, mas outros seis institutos também apontam liderança de Lula
Bolsonaro ainda reservou tempo, no início de sua transmissão, para atacar o Instituto Datafolha e disse que as pesquisas divulgadas pela empresa, são mentirosas. “Porque o Datafolha se presta a isso? A gente sabe que os números são mentirosos”, pontuou.
Para Bolsonaro, há um complô da empresa para que os votos sejam manipulados. “Ele quer influenciar votos, sabe que não influencia”, pontuou. Ainda insinuou uma possibilidade de dar robustez para um eventual golpe da oposição, sem que apresentasse uma prova. “Ele quer dar uma roupagem de legalidade em alguma coisa que vai acontecer? Será que é isso Datafolha? Será que isso?”, destacou.
Ainda voltou a falar em processo eleitoral limpo. “Queremos eleições limpas e transparentes. Onde o seu João ou a Dona Maria votar que ele vá para a pessoa que ele vote”, pontuou. Em outro momento da transmissão, disse e admitiu não ter provas, que o PT compra pesquisas para ‘botar o Lula lá em cima’. “Agora, pelo que tudo indica, não pode provar, né, eles pagam pesquisas e as pesquisas botam o Lula lá em cima”.
No entanto, além do DataFolha, pelo menos outros seis institutos de pesquisa apontam liderança do petista e refletem um panorama semelhante do contexto eleitoral. PoderData, Quaest, IPEC, BTG/FSB, Ipespe e CNT/MDA. Recente levantamento da Paraná Pesquisas também colocou Lula à frente.
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