05 de dezembro de 2025
VÍRUS CIRCULANDO • atualizado em 08/09/2025 às 14:33

Já são dois casos confirmados de febre amarela em macacos na região metropolitana de Goiânia

SES-GO confirma dois casos em macacos, reforça vacinação preventiva e alerta sobre monitoramento contra febre amarela
Haemagogus-leucocelaenus é um dos dois mosquitos transmissores da febre amarela - Foto reprodução
Haemagogus-leucocelaenus é um dos dois mosquitos transmissores da febre amarela - Foto reprodução

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) está monitorando dois casos confirmados de macacos com febre amarela na região metropolitana de Goiânia. Um deles foi em Abadia de Goiás e agora outro em Guapó. Um terceiro caso suspeito, em Aragoiânia, foi descartado. A SES-GO emitiu um alerta epidemiológico para todos os municípios goianos.

Diante do risco, a pasta elaborou uma nota técnica e encaminhou aos municípios com diversas recomendações, que incluem medidas de reforço no monitoramento e a busca ativa para vacinação de indivíduos não vacinados, aumento da sensibilidade nas unidades para notificação e investigação de casos suspeitos em humanos, conforme orientações do Guia de Vigilância em Saúde, além da coleta de amostras para exames específicos.

Caso mais recente

Um filhote da espécie bugio foi encontrado por moradores de uma chácara na zona rural de Abadia e morreu logo depois. A SES-GO foi notificada da morte no dia 25 de agosto e o Laboratório Central de Saúde do Estado confirmou no fim da semana passada que o animal estava com febre amarela.

Agora a secretaria de Saúde de Abadia está junto com a SES-GO atuando para fortalecer a vacinação dos moradores da cidade contra a doença. Amostras de mosquitos também estão coletadas para mapear o nível de contaminação já que a febre amarela é transmitida dos macacos para humanos através desses vetores.

Apesar da necessidade de monitoramento e ações preventivas, a SES-GO reforça que os macacos não transmitem o vírus; são vítimas, assim como os humanos.

É importante saber

A febre amarela é uma doença causada por um vírus cuja transmissão se dá por meio da picada de mosquitos silvestres, principalmente dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Os macacos e humanos são acometidos pela doença, que apresenta evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas formas graves.

Ao serem contaminados, os animais fazem o papel de “sentinela”, alertando para o surgimento da doença. A orientação é que a população mantenha a atenção, avise as autoridades no caso de animais mortos e não ataque ou mate os animais.

“A detecção da morte e adoecimento de primatas servem como alerta para a possível circulação da doença na região. Desmatar ou eliminar os macacos não impede a circulação do vírus da febre amarela, podendo ainda eliminar o papel de “sentinela” dos primatas e, portanto, essa sua contribuição para a saúde pública”, alerta a SES-GO.

Oito anos sem casos de febre amarela em Goiás

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) informa que não há casos ou óbitos confirmados por febre amarela em humanos no ano de 2025, sendo o último caso registrado em 2017.

Principais medidas de prevenção:

  • Vacinação espontânea dos cidadãos
  • Uso de repelentes
  • Uso de roupas que minimizem a exposição da pele (mangas compridas, calças)
  • Busca ativa de não vacinados de casa em casa e em locais de zona rural
  • Evitar contato com áreas de mata ou silvestres, principalmente onde houve morte de macacos
  • Se for necessário se deslocar a esses locais, além das roupas adequadas e de repelente contra mosquitos, evitar o início da manhã e o fim da tarde, quando os mosquitos transmissores estão mais ativos.
  • Sinais de alerta, como febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas e vômitos: a recomendação é procurar atendimento médico.

Goiás só alcançou 71,57% da meta nacional

A vacina da febre amarela faz parte do calendário básico de vacinação das crianças de 9 meses a menores de 5 anos, sendo uma dose aos 9 meses de idade e uma dose de reforço aos 4 anos, além de dose única na população de 5 a 59 anos de idade não-vacinada

Em Goiás, a cobertura vacinal para a febre amarela está atualmente em 71,57%, abaixo da meta prevista pelo Ministério da Saúde, que é de 95%.

O que fazer ao encontrar um macaco doente ou morto

Ao encontrar um macaco morto ou doente, a população não deve tocar ou fazer contato, sendo necessário notificar as autoridades da saúde por meio do aplicativo SISS-Geo, disponível na Play Store e na Apple Store. Também é possível avisar a secretaria municipal de saúde de cada município.


Leia mais sobre: / / / / / / Cidades / Saúde