Ao ser questionado, em audiência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, na Câmara dos Deputados, sobre sua ida ao ministério da Justiça, na tarde desta terça-feira (02/07) e aceitado o cargo, Sérgio Moro rebateu as especulações de que houve algum tipo de perseguição à políticos, em especial ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Também respondeu aqueles parlamentares que citaram conversas vazadas pelo site The Intercept no último sábado (29/06) quando revelaram críticas de procuradores da operação Lava-Jato que questionaram a ida do então juíz ao poder executivo alegando que isso podia trazer descrédito para a operação. “Eu já falei sobre isso 30 mil vezes”, rebateu Moro.
O ministro rememorou que recebeu críticas de todos os setores e que está ciente que até mesmo procuradores questionaram a sua ida ao executivo. “Quando eu aceitei sairam críticas na imprensa, compreendo que enventuais procuradores ficaram insatisfeito. Se eventuais políciais [federais] ficaram insatisfeitos. Se alguns colegas juizes acharam que eu não deveria acatar, mas eu acatei e falei isso publicamente que era o meu propósito”. Segundo Moro, seu objetivo principal era avançar com os processos anti-corrupção levando-os ao Executivo. “Minha compreensão foi que assumindo uma posição forte dentro do poder executivo eu estaria em melhores condições de barrar qualquer espécie de tentativa de retrocesso”.
Moro afirmou que os resultados já podem ser vistos em apenas seis meses de governo. Ele citou o desmantelo de lideranças do PCC ao transferi-los para penitenciárias do sistema federal. “Nós isolamos da maior organização criminosa e perigosa do país. Fizemos isso após 12 anos que eles deveriam ser isolado. Estamos aumentando o número de prisões, aumento de apreensão de drogas, estamos aprofundando a cooperação internacional. Estamos aumentando o quadro de políciais federais. Estamos seguindo firme com o compromisso que assumimos com o senhor Presidente”, concluiu.
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