A J&F, holding que reúne os negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista, concluiu a venda da fabricante de celulose Eldorado para a Paper Excellence, da família indonésia Widijaja.
Na manhã desta segunda-feira, a Paper Excellence pagou R$ 1,006 bilhão aos irmãos Batista por 13% da empresa. O restante será quitado em até 12 meses. A Eldorado foi avaliada em R$ 15 bilhões, incluindo uma dívida de R$ 7,4 bilhões.
Agora os fundos de pensão Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal) tem até cinco de outubro para decidir se também vão vender sua parte na Eldorado. Juntos, eles tem 17% da empresa.
A conclusão do negócio foi possível depois que o juiz Vallisney de Souza, da 10 Vara Federal de Brasília, desbloqueou as ações da Eldorado que pertencem a J&F, sob a condição de que o dinheiro seja destinado para o pagamento de dívidas da holding.
Os bancos credores aguardam com ansiedade a conclusão da venda dos ativos da J&F para receber seu dinheiro. Havia o receio de que os compradores desistissem do negócio, depois da prisão dos irmãos Batista e da recisão da colaboração premiada de Joesley. A preocupação era que a leniência da empresa fosse afetada, o que não ocorreu até agora.
Entre as empresas vendidas, a situação mais delicada é da Eldorado, porque Joesley confessou ter pago propina a políticos para conseguir que os fundos se tornassem sócios da empresa. Conhecidos por sua agressividade nos negócios, os Widijaja não se amedrontaram.
A J&F também concluiu na semana passada a venda da Alpargatas, dona das Havaianas, para Itaúsa/Cambuhy, holding dos negócios das famílias dona do Itaú por R$ 3,5 bilhões.
Agora falta apenas a conclusão da venda da Vigor para os mexicanos da Lala, acertada por R$ 5,7 bilhões. A expectativa era que o negócio tivesse sido concluído na semana passada, mas os últimos detalhes ainda estão sendo fechados.
Entre os compradores, os mexicanos foram os que ficaram mais nervosos diante da possibilidade do acordo de leniência ser desfeito.
Segundo executivos próximos a J&F, mesmo assim, a venda deve ser concluída em breve.
Na semana passada, a CCPL, cooperativa de produtos rurais de Minas Gerais, decidiu exercer seu direito de preferência e recomprou os 50% da Itambé que havia vendido para a Vigor. O negócio saiu por R$ 600 milhões. (Folhapress)
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