24 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:43

Itamaraty divulga nota de repúdio ao anúncio de muro entre EUA e México

O Itamaraty divulgou nesta quinta (26) uma nota de repúdio ao anúncio de construção do muro entre os Estados Unidos e México.

“A grande maioria dos países da América Latina mantêm estreitos laços de amizade com o povo dos Estados Unidos. Por isso, o governo brasileiro recebeu com preocupação a ideia da construção de um muro para separar nações irmãs do nosso continente sem que haja consenso entre ambas”, diz a nota.

“O Brasil sempre se conduziu com base na firme crença de que as questões entre povos amigos -como é o caso de Estados Unidos e México- devem ser solucionadas pelo diálogo e pela construção de espaços de entendimento.”

A declaração toma o cuidado de não atacar diretamente o presidente dos EUA, Donald Trump, cuja hipótese de eleição o chanceler José Serra chegou a descrever como um “pesadelo” durante a campanha eleitoral americana.

Trump baixou um decreto presidencial determinando o início da construção de um muro entre os dois países para reduzir a imigração ilegal – uma de suas promessas de campanha. A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (26) que vai impor uma tarifa de 20% sobre produtos importados do México para pagar pelo muro.

O anúncio aprofundou a crise diplomática entre os dois países. Mais cedo, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, havia cancelado, por meio de uma mensagem no Twitter, o encontro que teria com o presidente Trump em Washington no dia 31. Foi uma resposta ao presidente Trump, que havia escrito também pelo Twitter que Peña Nieto deveria cancelar sua visita se continuasse a se recusar a pagar pelo muro.

Na pauta do encontro, estava a renegociação do acordo de livre comércio entre Canadá, México e EUA, o Nafta, e a construção do muro.Se for efetivamente adotada, a tarifa enterrará o acordo de livre comércio Nafta, que vigora desde 1994 entre EUA, México e Canadá, e prevê impostos de importação zerados ou muito baixos entre os países.

(FOLHAPRESS)

Leia Mais:


Leia mais sobre: Brasil