O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (23) que o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e o líder palestino, Mahmoud Abbas, estão prontos para “alcançar a paz”.
O republicano encontrou ambos nesta terça (23) durante sua breve passagem por Israel e pela Cisjordânia.
“Eu me reuni nesta manhã com o presidente Abbas e posso dizer que os palestinos estão prontos para alcançar a paz”, declarou Trump em Jerusalém ao lado de Netanyahu. “[Após] meu encontro com meu grande amigo Binyamin, eu também posso dizer que ele está alcançando a paz. Ele quer a paz.”
“Fazer as pazes, porém, não será fácil. Todos sabemos disso. Ambos lados enfrentarão escolhas difíceis. Mas com determinação, compromisso e a crença de que a paz é possível, israelenses e palestinos podem fazer um acordo”, afirmou.
Abbas, presidente da Autoridade Palestina, disse a Trump durante breve encontro em Belém, na Cisjordânia: “Eu gostaria de reiterar nosso compromisso em cooperar com você para fazer a paz e forjar um acordo de paz histórico com os israelenses.”
Por sua vez, Netanyahu elogiou Abbas por condenar o atentado terrorista de segunda-feira (22) em Manchester, no Reino Unido, dizendo que esse pode ser “o primeiro passo crucial no caminho para uma paz genuína”.
O líder israelense, porém, não deixou de criticar os palestinos: “O financiamento e a recompensa ao terrorismo devem acabar. Abbas condenou o ataque horrível em Manchester, mas se o agressor fosse palestino, a família do homem-bomba teria recebido um estipêndio da Autoridade Palestina.”
ACORDO DE PAZ
Trump encerrou seu giro pelo Oriente Médio prometendo trabalhar por um acordo de paz. Durante sua estadia na região, porém, o presidente manteve silêncio sobre os pontos mais espinhosos do acordo, desviando de polêmicas com as quais sua administração se envolveu nos últimos meses.
O republicano não fez menção, por exemplo, à proposta de criar um Estado palestino na região, solução historicamente defendida por Washington da qual Trump abriu mão recentemente.
Ele tampouco falou sobre a política do governo israelense de expandir assentamentos nos territórios palestinos, considerada uma ameaça ao processo de paz.
Trump frustrou líderes da direita israelense ao evitar tocar no tema da possível transferência da embaixada americana para Jerusalém, aventada por assessores. Como a cidade é objeto de disputa com os palestinos, a comunidade internacional não a reconhece como capital de Israel, e as embaixadas são mantidas em Tel Aviv.
Sua decisão de visitar a Cidade Velha de Jerusalém na segunda-feira (22), porém, já foi vista por alguns como um reconhecimento tácito da cidade como capital israelense. Com o gesto, ele se tornou o primeiro líder americano em exercício ao visitar o local.
Trump, que passou pela Arábia Saudita antes de visitar Israel, segue nesta terça-feira (23) para o Vaticano, onde encontrará o papa Francisco.
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