Ao implantar quarentena alternada, com recomendação para fechamento de atividades econômicas consideradas não essenciais e abertura nos 14 dias seguintes, havia uma expectativa do governo estadual que os índices de isolamento social superassem a casa dos 55%. No entanto, no final desta semana, o resultado está abaixo do esperado e Goiás termina a semana com taxa de 35,4%. O isolamento havia sido adotado na tentativa de reduzir a velocidade da crescente de casos da Covid-19.
“Nós teremos a quarentena por 14 dias e que funcionou muito bem no decreto de 12 de março. O que queremos neste momento é chegar a um patamar de isolamento de 55% e conseguiremos dar um achatamento na curva”, declarou o governador Ronaldo Caiado ainda no início da semana, quando anunciava as novas medidas.
Decreto estadual instituindo a quarentena intermitente foi publicado na noite da última segunda-feira (29) e passou a ter validade a partir da terça-feira (30). Em Goiânia, em meio a uma guerra de decisões judiciais, favoráveis e contrárias, a prefeitura da capital acompanha a normativa estadual, e as medidas começaram a ser implantadas na quarta-feira (1º).
Dados da empresa In Loco indicam que antes das novas medidas de isolamento social, o índice girava em torno de 33%. Ao longo da semana, houve uma leve melhora, Goiás passou a chegar a 37,2% na quarta-feira e em 37,1% na quinta-feira (2).
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Em comparação com outros estados da federação, Goiás melhorou o índice e chegou a sair da penúltima colocação, posição constante desde que em abril o governo autorizou a flexibilização para determinadas atividades.
Goiás termina a semana na penúltima posição, com o já citado percentual de 35,4%, à frente apenas do Tocantins com 32,4%. O índice é muito próximo ao de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina com 35,9% e Minas Gerais com 36,2%.
A medida de isolamento social havia sido tomada para tentar desacelerar a crescente de casos de Covid-19 em Goiás. Mesmo com o estado tendo feito um trabalho de expansão da estrutura de saúde, com implantação de hospitais de campanha, regionalização de unidades no interior, com estruturação de leitos de enfermaria e de UTI, o sistema de saúde já começa a sofrer pressão.
No sistema público, pessoas já estão tendo que esperar por leitos de UTI em determinadas localidades do estado. Na rede privada, nas 22 unidades filiadas à Associação dos Hospitais de Alta Complexidade de Goiás (Ahpaceg) na noite desta sexta-feira (3), houve a informação de ocupação de 100% dos leitos de UTI para adultos, exclusivamente para o tratamento da Covid-19.
Vale ressaltar que a decisão de aderir ao isolamento decretado pelo estado cabe aos prefeitos municipais. O governo estima que pelo menos 60 cidades tenham aderido, mas ainda não há um mapeamento preciso sobre o assunto. O Diário de Goiás ouviu ao longo da semana diversos prefeitos e entidades municipalistas sobre a questão.
Ainda no início da semana, o professor da UFG, Thiago Rangel, que fez a proposta para a adoção da quarentena intermitente já alertava para dificuldades na rede de saúde já na primeira quinzena de julho. Em um cenário mais crítico, Goiás pode chegar a 18 mil mortes.
“A gente não conseguiria hospitalizar o dobro de pessoas hoje por Covid-19, poderíamos ter um colapso ao final da primeira quinzena de julho. Vamos ter um pulso firme no avanço da Covid”, pediu o estudioso na ocasião.
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