A deputada estadual Isaura Lemos realizou audiência pública para discutir o aumento da tarifa do transporte coletivo nesta terça-feira (24), na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Na ocasião, estiveram presente o chefe de gabinete da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Tales de Castro, a vereadora Tatiana Lemos, o representante da Comissão dos Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Bruno Pena, e o representante do Comitê de lutas contra o aumento e Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Goiás (UFG), André Luiz.
De acordo com a deputada, a audiência foi realizada justamente para questionar o motivo do aumento da passagem, inclusive fora da época, e a falta de transparência do cálculo da tarifa. Além disso, Isaura defendeu um novo modelo de cálculo da passagem de ônibus, como a por quilômetro rodado.
“Em várias cidades onde o transporte tem uma qualidade melhor o preço é calculado em cima do quilômetro rodado. Isso faria com que as empresas se interessassem, inclusive em buscar o cidadão que mora em periferias mais distantes”, explicou.
A deputada ainda questionou a falta de posicionamento do governo estadual e da prefeitura de Goiânia e classificou como “empurra-empurra” a não responsabilização em pagar o subsídio das gratuidades. “De fato o Estado tem 25%, os outros municípios da Região Metropolitana, 25%, e Goiânia [prefeitura], 50%. Mas quando une os representantes do governador e de outros municípios dá 50%. Então, quem realmente é responsável? É o governo do Estado, é a prefeitura de Goiânia, eles têm feito um jogo de empurra-empurra que nós não podemos admitir”, disse.
Para o chefe de gabinete da CMTC, Tales de Castro, é importante manter o diálogo com o poder público para que se chegue a uma solução que ajude a qualificar o transporte coletivo. “Não temos que chegar e achar que tem um único culpado pelas dificuldades que o financiamento do transporte vive na Região Metropolitana de Goiânia. O importante é a gente procurar alternativas entre as várias mãos, sociedade civil organizada, poder Legislativo, poderes Executivos que compõem o sistema, que são 18 prefeituras, e o Estado, para poder achar uma fórmula, um fundo que possa financiar o transporte”, afirmou.
Além disso, Tales não disse que teria uma proposta diferente para apresentar na audiência pública, mas que, representando a CMTC, estava disposto a debater o assunto. “A gente veio aqui também para poder escutar, saber qual a opinião dos deputados, dos movimentos sociais que vão participar da audiência para podermos estudar e avaliar quais são as melhores alternativas para poder qualificar o transporte coletivo”.
População
A representante da Associação dos Moradores da Vila Canaã, Eliana da Silva, explicou que foi à audiência hoje para poder debater o aumento da tarifa, que pesa muito para o trabalhador da região. “Inclusive para os estudantes, que pagam uma passagem de ônibus cara e têm o serviço de um ônibus intermunicipal, que passa de uma em uma hora. Quem aumenta o valor da tarifa não andar de ônibus para saber, não conhece a demanda. O ônibus não tem qualidade”.
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