Investigações realizadas pelo Ministério Público nos Parques Mutirama e Zoológico indicam que houve forte influência política para que irregularidades fossem cometidas. Dinheiro desviado das bilheterias das unidades de lazer era utilizado para fins partidários e particulares. As apurações ainda continuam.
O promotor Ramiro Capenedo Martins Netto explicou que práticas ilícitas estavam sendo cometidas nas últimas gestões. Ele não informou o espaço de tempo que as ações foram cometidas. O integrante do MP apenas destacou que havia benefício próprio e direcionado a partidos polítcos.
Funcionamento da Fraude
De acordo com o promotor havia a participação de gráficas. Ele classificou que em alguns casos o método de fraude era “rudimentar”. Ramiro Capenedo destacou que as irregularidades ocorriam de duas formas basicamente.
“A gente apurou que o esquema funciona de duas maneiras principais, sem prejuízo de outras. O primeiro era quando o ingresso não era danificado, era reutilizado para ser revendido de novo. Desta maneira, o dinheiro decorrente da venda pela segunda vez era o dinheiro do caixa 2 que era desviado e apropriado. A segunda forma era quando o ingresso era inutilizado de alguma maneira, pago pela pessoa e entregue no caixa e que era rasgado, ou de alguma forma rasurado. Os integrantes se valiam de algumas gráficas para fazer a duplicação dos ingressos que foram vendidos e contabilizar a menos. A contabilidade não condizia como real”, explicou o promotor.
Para a imprensa, o integrante do Ministério Público disse que foi realizada uma comparação dos borderôs do Parque Mutirama. No dia 1 de janeiro foram arrecadados cerca de R$ 3 mil. A partir da realização das investigações, em outro final de semana a arrecadação estava registrada da forma correta, R$ 35 mil, aproximadamente. Foi informado que os desvios por final de semana chegavam até R$ 60 mil.
Integrantes
Ramiro Capenedo não informou nomes dos componentes, a quantidade de membros da organização criminosa e nem o período em que as fraudes foram praticadas e a mando de quem. Ele apenas explicou que há um líder, há pessoas que têm influência política que se beneficiava das supostas irregularidades cometidas e ajudava a fomentar e manter o esquema investigado, e medida em que eram indicados funcionários para cargos em que a prática ilícita ocorria como: catraqueiros e bilheteiros.
“O dinheiro desviado temos a certeza e podemos afirmar que servia para o enriquecimento pessoal dos líderes do esquema, repartição dos operários e destinação de fins partidários também”, explicou.
Denúncia
Após a operação ser deflagrada nesta terça-feira (23), a Prefeitura de Goiânia se manifestou e destacou que a operação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) foi realizada depois que a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer de Goiânia (Agetul) começou a realizar um controle maior da venda de ingressos e comparar a bilheteria arrecadada pela atual gestão com anos anteriores. O promotor Ramiro Capenedo preferiu não se manifestar em relação a manifestação da prefeitura e de quem foi o responsável pela denúncia.
O promotor não explicou qual foi a colaboração dos depoimentos dos investigados nesta operação. Ele também não revelou o teor dos documentos que foram apreendidos na sede da Agetul no Parque Mutirama. Também não foi explicada a quantidade de pessoas que integram a organização. Não foi informado se há outras irregularidades semelhantes em outras áreas da prefeitura.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, cinco mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.
Entrevista com o presidente da Agetul, Alexandre Magalhães:
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