O presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro-GO) em entrevista ao Diário de Goiás afirmou que o prefeito de Goiânia, Iris Rezende ‘abusa da autoridade e coloca em risco à vida’ ao publicar o decreto que autoriza as aulas presenciais na capital. Railton Nascimento falou com a reportagem do DG na tarde desta sexta-feira (13/11) depois que o Sinpro impetrou na Justiça um recurso para que o documento assinado pelo decano municipal perdesse seus efeitos.
“O ato do prefeito Iris Rezende ele abusa do poder e coloca em risco à vida, não só de professor e estudantes, mas também da sociedade. O ato do prefeito sequer vincula a exigência dos chamados protocolos de biossegurança, é um ato que claramente coloca em risco da sociedade”, mencionou Railton que ainda classificou a decisão como ‘equivocada’. O presidente do Sinpro também pontua que não é correto fazer relação do retorno às aulas com a retomada comercial. “Nós sabemos da especificidade da escola e de fato, os riscos que as crianças e professores têm se essas aulas voltarem presencialmente”.
LEIA TAMBÉM: Sintego vê com estranheza autorização para retorno de aulas presenciais em Goiânia
Railton reforça que no momento a única medida para evitar o contágio ao novo coronavírus é a prevenção e enquanto não houver uma vacina eficaz não dá para se falar em retorno às aulas presenciais. “Pois não temos a vacinação geral. Quando acontecem as campanhas de vacinação contra gripe, H1N1, sabem quem são os primeiros vacinados? Somos nós professores. Pois é um reconhecimento que o risco é enorme em ambiente escolar porque você tem uma circulação ali grande. Imagina, sem vacinação…”
O presidente ainda salientou que se a curva de contágio ao novo coronavírus está diminuindo, é porque medidas preventivas e de contenção estão sendo tomadas. “Se de fato, a curva pandêmica aqui no Estado de Goiás está diminuindo é graças às medidas de isolamento social. Não é por conta disso que vamos abrir escolas, abrir tudo, porque não tem jeito. É só ouvir a ciência, não vamos entrar nessa onda obscurantista, negacionista. A tendência é acontecer o que está acontecendo em outras países que é voltar com mais força a partir do que se chama segunda-onda”, pontuou.
Pais e alunos sentem-se inseguros com o retorno às aulas
Railton reitera que tanto pais como alunos não sentem-se confortáveis com a retomada às aulas. “Quando ouvimos pais e estudantes, que nós estamos em diálogo o tempo todo, não se sentem seguros pela volta. Recentemente, houve uma grande manifestação de estudantes e professores da PUC quando aquela instituição anunciou a volta as aulas.”
Ele lembrou que o fim do semestre está aí e todas as atividades acadêmicas estão sendo realizadas à distância. “Muito se pergunta agora no apagar das luzes quando na verdade os estudantes estão fazendo suas avaliações finais. Portanto, além dessa precipitação dessa volta num final do ano, a pandemia apresenta riscos sim”, pontuou.
Na transmissão ao vivo que o Diário de Goiás realizou tanto no YouTube como no Facebook, o internauta Saulo Maciel comentou “Também não concordo voltar tenho uma filha e acho muito temerário o retorno.”
“Aqui na Itália foi só voltar as aulas que a cresceu e alastrou o contágio que estamos o risco de um ter um segundo lockdown generalizado outra vez… Um abraço de uma Goiana que vive na Itália”, pontuou Romy Lemes.
A internauta Maria Aparecida Lemes também disse que no momento, não concorda com o retorno às aulas. “Eu tenho filhas que estuda e concordo em não voltar. Pela segurança dos alunos e professores”.
Leia mais sobre: Prefeitura de Goiânia / retomada das aulas presenciais / Secretaria de Educação / sindicato dos professores / Sinpro / Destaque 2