O Irã atacou duas bases americanas no Iraque nesta terça-feira (7). Segundo os Estados Unidos, pelo menos 12 mísseis caíram no território militar.
A base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do país, é uma das que foram atingidas, e a outra está em Erbil, na região curda do Iraque. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis a ambas as bases.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (8), por meio da TV estatal, a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã informa que a Força Aérea do país bombardeou a Base Aérea de al-Asad com vários mísseis, em retaliação ao assassinato do herói Qassem Soleimani”. O nome da operação foi “Mártir Soleimani”.
“Nós alertamos os arrogantes EUA de que quaisquer novas provocações levarão a retaliações mais graves e destrutivas”, acrescenta o comunicado.
O Irã também deu a entender que Israel, apoiado pelos EUA, poderia se tornar alvo de um ataque militar. “Nós não distinguimos os governos americano e sionista”.
Trump diz que está tudo bem
Pelo Twitter, o presidente americano Donald Trump afirmou que nenhum soldado ficou ferido com os ataques iranianos.
“Está tudo bem! Mísseis lançados do Irã contra duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e mortes ocorrendo agora. Até o momento, tudo bem! Temos, de longe, as forças armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo! Farei uma declaração amanhã de manhã.”
À CNN, um militar americano disse que as tropas foram avisadas do ataque a tempo de se protegerem em bunkers nas bases. Autoridades dos Estados Unidos não relataram nenhuma vítima até o momento.
Escalada da tensão
A relação entre Estados Unidos e Irã ficou ainda mais tensa quando os americanos mataram, em um bombardeio, o general Qassem Soleimani, líder das Forças Armadas do país.
Durante o funeral de Soleimani, que passou por várias cidades e durou dias, iraquianos e iranianos pediram vingança e gritaram: “Morte à América!”.
Em Kerman, durante o cortejo fúnebre do general, pelo menos 40 pessoas morreram pisoteadas e outras 213 ficaram feridas.
Reação internacional
Após o ataque iraniano, vários países se posicionaram a respeito da crescente tensão entre os dois países. A China pede a resolução do conflito pelo diálogo e, no Iraque, os líderes curdos pedem para não serem envolvidos nas rivalidades.
O Reino Unido apressou-se a condenar o ataque iraniano e classificou-o de “imprudente e perigoso”. “Condenamos o ataque às bases militares iraquianas que abrigam as forças da coligação, entre as quais britânicas”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab.
Também a Alemanha condenou “firmemente” a agressão do Irã. “Agora é decisivo não deixarmos essa espiral crescer ainda mais”, disse Annegret Kram-Karrenbauer, ministra alemã da Defesa. “Antes de mais nada, é preciso que os iranianos não provoquem nova escalada”.
A Espanha anunciou nesta quarta-feira a transferência de uma parte dos seus militares destacados no Iraque para o Kuwait, por razões de segurança.
Na França, o governo adiantou que o país não pretende transferir nenhum dos 160 soldados que tem destacados no Iraque. Paris reiterou a importância de continuar o combate ao autoproclamado Estado Islâmico, mantendo simultaneamente o respeito pela soberania do Iraque.
O governo italiano também condenou os ataques e pediu, em comunicado, o alívio das tensões e o trabalho dos aliados europeus pelo diálogo.
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