23 de novembro de 2024
Cidades

Ipasgo: Usuário protesta contra cota de atendimento

Sede do Ipasgo. (Foto: Reprodução/Facebook)
Sede do Ipasgo. (Foto: Reprodução/Facebook)

O seu Onofre Tomaz, de 74 anos, é um dos usuários do o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) que tentou fazer os exames solicitados pelo médico cardiologista nesta quinta-feira (17), mas a empresa que presta o serviço não pôde atendê-lo devido à uma nova medida do Ipasgo, que estipula cotas para os prestadores de serviço.

“Eu já tinha marcado o exame que o médico pediu, fui lá hoje fazer. Ontem o rapaz do hospital até me ligou para confirmar se eu iria hoje. Fui, cheguei lá disseram que não tinha cota mais. Agora, deixamos agendado para segunda-feira e vou tentar de novo. Eu até tentei pagar, mas a moça do hospital disse que não poderia receber dinheiro, tinha que esperar liberar a cota. Eu preciso fazer um eletrocardiograma, um teste ergométrico e um mapa [de pressão arterial]”, explicou o seu Onofre Tomaz.

Desde o dia 27 de abril, o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) devem respeitar uma cota caso precisem fazer algum exame. O sistema de acompanhamento de exames, que antes era ilimitado, conforme a demanda dos usuários, agora é feito pelos prestadores de serviço por uma cota semanal.

Instituições e pacientes reclamam da falta de atendimento devido à mudança. Para a proprietária de uma prestadora de serviço que não quis ser identificada, o número de atendimentos caiu 30% devido à imposição de limite de exames.

“Hoje, temos a cota de 70 exames semanais. Eu presto oito tipos de exames diferentes. No mês, conseguimos fazer cerca de mil exames, mas só atendemos 70% do público que atendíamos antes, quando não era limitado. Hoje, por exemplo, minha agenda tinha 35 exames agendados, mas só conseguimos fazer nove, devido à cota”, afirmou a empresária.

Questionada sobre a possível reclamação das prestadoras de serviço junto ao Ipasgo, a empresária disse: “Eles sabem que não é suficiente, eles têm esse controle. No ano passado tentaram fazer isso, em novembro, mas os pacientes reclamaram e foi retirado. Agora, em abril, colocaram essa cota de novo”.

Outro lado

Procurada, a assessoria de imprensa do Ipasgo informou ao Diário de Goiás que a medida adotada se refere a uma necessidade de controle do Instituto em relação à oferta de exames. Conforme a entidade, é feito o monitoramento online e não há nenhum problema em relação à cota, chamada pelo Ipasgo de “controle”.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do Ipasgo, antes da cota semanal, houve um acréscimo de 45% do custo com exames sem justificativa. Com a implantação do novo controle, a probabilidade é que seja regularizada a prestação de serviço conforme a demanda, sem custos adicionais e até desnecessários.

Questionado sobre reclamações, a assessoria de imprensa do Instituto informou que não há nenhuma manifestação de usuários ou prestadores de serviço sobre o novo modelo e que podem ocorrer casos pontuais, em que o paciente é redirecionado a outra unidade que preste o serviço.

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