Investigado na Operação Carne Fraca, o frigorífico Peccin anunciou nesta terça (11) que deu início à demissão de 420 funcionários, em suas unidades de Curitiba e Jaraguá do Sul (SC).
A decisão foi tomada em função da recente paralisação das fábricas, que foram interditadas pelo Ministério da Agricultura após a investigação.
“Com o custo, não há como manter. Cada dia de salário é uma pequena fortuna”, diz o advogado Elias Mattar Assad.
A empresa, que opera há cerca de dez anos, é suspeita das mais graves irregularidades investigadas pela Polícia Federal -como o uso de carne estragada em embutidos e de conservantes proibidos ou em quantidades acima do permitido.
Durante a investigação, os proprietários da Peccin foram flagrados em escutas, aparentemente conversando sobre como adulterar alimentos vencidos para utilizá-los em embutidos. Um laudo da PF identificou uma concentração de aditivos e conservantes acima do permitido por lei nos produtos da empresa.
A Peccin nega as acusações e diz que as “falsas alegações” foram divulgadas de forma “distorcida e precipitada”, para justificar a operação policial.
Segundo o advogado Mattar Assad, a empresa, familiar, não tinha reservas suficientes para empregar os funcionários sem estar em operação. Só o custo de energia elétrica com a fábrica de Santa Catarina, para manter os freezers ligados, é de R$ 390 mil mensais.
A empresa informou, em nota, que espera “em breve poder retomar suas atividades e recontratar os antigos colaboradores”.
A Peccin tenta suspender na Justiça a interdição do Ministério da Agricultura. Se não conseguir, os sócios cogitam a possibilidade de vender ou arrendar a empresa. (Folhapress)
Leia mais:
- Ministério encontra bactérias em 8 de 302 amostras de frigoríficos
- Carnes de frigoríficos investigados não oferecem risco à saúde, aponta análise
- Anvisa proíbe restaurantes de usar carne de 3 frigoríficos investigados
Leia mais sobre: Brasil