Brasília – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou na tarde desta quinta-feira, 5, que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de irregularidades na Petrobras deve ocorrer só depois do Carnaval. Isso porque os partidos têm prazo para apontar os 27 membros titulares e o mesmo número de suplentes que vão compor o colegiado.
Hoje, Cunha autorizou a criação de nova uma CPI para apurar atos de corrupção na Petrobras entre os anos de 2005 e 2015. A estatal – no centro da Operação Lava Jato da Polícia Federal – está abalada por um escândalo envolvendo denúncias de superfaturamento e de desvios de recursos para o pagamento de propina.
“Vamos dar o prazo para eles preencherem. A gente entende que é uma coisa mais complexa, que tem que se negociar a presidência e a relatoria”, afirmou Cunha, ao deixar o plenário da Casa, no início desta tarde.
De acordo com ele, caberá ao PMDB, partido com mais deputados dentro do maior bloco constituído, a escolha do primeiro posto na CPI – no caso, a presidência ou a relatoria. “A contagem das vagas passou a ser pelo bloco. Não tem mais essa história que o PT é a maior bancada”, disse. “A prerrogativa de escolha é do PMDB, que é o maior partido do bloco. São acordos políticos que o líder do PMDB terá que fazer.”
Caso haja demora na indicação dos membros da CPI pelos partidos – há um instrumento que pode ser adotado para tentar retardar o início dos trabalhos -, o peemedebista alegou que a presidência fará as nomeações. “Em todos os instrumentos em que os partidos retardarem, a presidência indicará. Indicaremos e depois o partido substitui”, concluiu.
Senado
A oposição já tem 19 das 27 assinaturas necessárias no Senado para a criação de uma nova CPI para investigar as irregularidades na Petrobrás. A coleta começou na quarta-feira e deve ser concluída na próxima semana.
Segundo o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a oposição ainda estuda se a melhor saída é fazer uma CPI exclusiva ou uma mista, que reúna parlamentares das duas Casas.
A princípio, a intenção é de que seja criada uma comissão mista, mas há o receio de que, como o Senado tem uma bancada mais governista, os senadores sejam escalados para blindar as investigações, como aconteceu na legislatura passada.
(Estadão Conteúdo)
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