O Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CRO-GO) interpôs à justiça do Estado de Goiás a solicitação para que a categoria de odontologia seja reconhecida como uma atividade essencial pela Prefeitura de Goiânia, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19. Em entrevista ao Diário de Goiás, nesta sexta-feira (16), o presidente do Conselho, Dr. Renerson Gomes dos Santos, afirmou se tratar de um desrespeito com a profissão, que é considerada essencial até mesmo pelo Ministério da Saúde (MS).
“O Conselho Regional de Odontologia tem provado e mostrado à sociedade a importância que tem a função. A odontologia é sim essencial, a odontologia está sim no combate à Covid-19, portanto nós temos cirurgiões dentistas atuando dentro de UTIs, dentro de urgências e emergências em leitos de hospital e a odontologia, está mais do que provado em artigos científicos publicados pela Universidade de São Paulo, a USP, que o paciente que possui a condição de saúde bucal em dias é menor o risco para que ele desenvolva de maneira grave o Covid-19”, explicou.
O representante da categoria em Goiás afirmou não entender o fato de outros serviços, até mesmo não ligados à saúde, serem incluídos na essencialidade, neste momento, e a odontologia,não. “O Conselho de Odontologia fica indignado com a proposta da Prefeitura de Goiânia em dizer que a odontologia não é uma atividade essencial e considerar academias, igrejas e outros meios como atividades essenciais. Nós somos profissionais da saúde,nós somos parte essencial do contexto de saúde geral e nós ficamos indignados. Por esse motivo, o Conselho de Odontologia interpelou um pedido junto à justiça de Goiás, solicitando que seja respeitada a posição do profissional sobre o cirurgião dentista, como profissional da saúde”, ponderou.
Dr. Renerson explicou que a odontologia auxilia no combate da Covid-19 e que, desde antes da pandemia, a biossegurança sempre foi aplicada durante os atendimentos. “O profissional de odontologia é o único profissional que foi um dos primeiros conselhos a fazer um protocolo de atendimento, de biosegurança”,disse. “Mesmo em uma simples consulta, o dentista-cirurgião sempre aplicou os protocolos de biossegurança, sempre utilizou máscaras, gorro e EPIs. Você nunca foi a um dentista que não estivesse com esses EPIs. Isso faz parte da nossa habilidade, da nossa profissão”, completou.
O pedido com a solicitação para que o conceito seja revisto foi, de acordo com o presidente do Conselho, encaminhado à Justiça do Estado na última semana. “Atividades de saúde não tem como, neste momento, não ser essencial”, disse. “Nós somos sim atividade essencial reconhecida pelo Ministério da Saúde”, ponderou o Dr. Renerson que ressaltou, ainda, que o Conselho está “em contato com o Paço Municipal para mostrar ao prefeito o quanto os 21 mil profissionais de odontologia desse Estado têm feito a diferença na vida das pessoas”.
“Qual é a outra profissão que tem homologado um local de atendimento seguro, como nós temos? Então qual foi o critério utilizado. Então foi algo sem critério. Foi algo que coloca a odontologia como não sendo essencial, por não considerar que nós somos profissionais da saúde. Se nós não somos profissionais da saúde, então o que nós somos? Se é reconhecido pelo Ministério da Saúde, se nós fazemos parte de todo um constituinte da Saúde, nós queremos respeito da Prefeitura de Goiânia”, finalizou.
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