O inquérito sobre o ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro ocorrido na última quinta-feira (6) durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG) passará a correr na sede da Polícia Federal em Brasília.
As equipes de agentes federais de Brasília e Belo Horizonte, inclusive o superintendente da PF em Minas Gerais, deixaram a cidade na manhã deste sábado (8).
Também deixou a cidade na manhã deste sábado o agressor de Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira, 40, que deu uma facada no presidenciável durante uma caminhada do candidato no centro da cidade. Oliveira foi transferido para o presídio federal de segurança máxima em Campo Grande (MS).
O motivo da mudança do inquérito para Brasília é porque Oliveira responderá pela Lei de Segurança Nacional, no artigo 20º, que versa sobre atentado a vida de pessoas públicas ou concorrendo a mandato eletivo.
A saída das equipes da cidade onde ocorreu o crime sugere, segundo pessoas que acompanham as investigações, é que a principal linha até o momento é de que o agressor agiu sozinho. O próprio agressor confessou o crime e disse que agiu sozinho e por motivações políticas, religiosas e raciais.
Agentes da PF em Juiz de Fora podem ainda fazer diligências na próxima semana sob orientação dos investigadores em Brasília. A Polícia Civil também pode dar apoio em caso de necessidade.
Os materiais apreendidos com o agressor e também no local onde ele vivia há duas semanas na cidade serão periciados no Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília.
Uma segunda linha de investigação que está em apuração é da possibilidade da participação de uma mulher no caso. No dia em que Oliveira foi preso, um segundo homem foi detido por incitação. Ele prestou depoimento, foi liberado e continua sendo investigado.
A suspeita da participação de uma mulher no caso surgiu nas redes sociais. Apoiadores de Bolsonaro estão divulgando a foto da suposta mulher envolvida no caso.
A PF trata a suspeita com cautela. A Polícia Civil em Juiz de Fora busca nas câmeras de segurança da cidade indícios de que o homem teve contato com alguém antes do ataque. Também busca nas redes provas de que Oliveira planejou o ataque com ajuda de outra pessoa.
A investigação tem esbarrado na mudança de competência da investigação que, segundo pessoas próximas ao caso, gerou uma espécie de guerra de egos entre a Polícia Civil e Polícia Federal.
Inicialmente, o caso seria conduzido pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, mas com o indiciamento de Oliveira pela Lei de Segurança Nacional o inquérito passou para responsabilidade da PF, o que teria contrariado agentes da Civil. (Folhapress)
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