28 de novembro de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 01:28

Inflação sobe em maio, mas índice em 12 meses é o menor em uma década

Após três meses consecutivos de queda, a inflação em maio foi pressionada pelo aumento na conta de luz e voltou a subir, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No acumulado de 12 meses, porém, o índice registrado foi o menor dos últimos 10 anos.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,31% em maio, contra 0,14% no mês anterior, quando as tarifas foram reduzidas para devolução ao consumidor de valores cobrados de forma irregular pela eletricidade da usina de Angra 3, que está com as obras paralisadas.

Com o fim do desconto, as tarifas de energia subiram 8,98%, respondendo por 0,29 ponto percentual no IPCA de maio. Em abril, a conta de luz havia caído 6,39%.

“Foi uma pressão pontual. Isso não significa que a inflação acelerou com relação ao mês anterior”, disse a coordenadora do Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes.

Apesar da alta em relação a abril, foi a menor inflação para o mês desde 2007. Em maio de 2016, o IPCA foi de 0,78%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação está em 3,60%, bem abaixo do centro da meta oficial do governo, de 4,50%, e menor taxa desde maio de 2007, quando foi de 3,18%.

“Safra imensa com demanda reduzida vêm dando muito pouco espaço para aumento de preços e até contendo pressões por repasses de aumentos de custos”, comentou Nunes.

Com o aumento no preço da energia, o grupo Habitação teve alta de 2,14% no mês, também influenciado por aumentos de tarifas de água e esgoto (0,50%) e de condomínio (0,75%).

Vestuário (0,98%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,62%) também puxaram o índice para cima.

Na outra ponta, tiveram contribuição negativa os grupos Alimentação e Bebidas (-0,35%), Artigos para Residência (-0,23%) e Transportes (-0,42%). Neste último, houve grande influência do preços das passagens aéreas, que caíram 11,81%.

Os dois grupos têm peso importante no custo de vida da população, respondendo por 43,6% do IPCA.

Houve queda nos preços dos alimentos que o consumidor compra em supermercados, ainda sob efeito da supersafra agrícola e da crise gerada pelo desemprego.

A inflação da alimentação em domicílio caiu 0,56% em maio, contra alta de 0,58% no mês anterior. A alimentação fora de casa também cedeu, fechando o mês em alta de 0,06%, contra 0,68% no mês anterior.

Frutas (-6,55%), óleo de soja (-6,30%), cenoura (-5,86%) e feijão fradinho (-4,45%) tiveram as maiores quedas no mês.

Alguns produtos começam a registrar inflação também em 12 meses, como cenoura (-33,04%), açaí (-11,99%) e hortaliças (-11,44%).

“É uma safra muito grande. E essa safra grande é que está movimentando a economia, com efeitos no PIB da agricultura e de máquinas”, ressaltou a coordenadora da pesquisa.

Em junho, diz ela, a perspectiva é de novo impacto negativo das contas de luz, com a retirada da bandeira vermelha cobrada para financiar as térmicas e custa R$ 3 por kilowatt-hora consumido.

Por outro lado, o índice deve trazer impactos de aumentos nas taxas de água e esgoto em Fortaleza, Belém, Salvador e Curitiba -além do reajuste do gás de botijão anunciado pela Petrobras na quarta (7).
INPC

A inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços da Construção Civil) subiu 0,30% em maio, o dobro da taxa registrada no mês anterior.

O custo nacional da construção civil em maio foi de R$ 1.042,69 por metro quadrado, contra R$ 1.039,54 no mês anterior.

Leia Mais:

 


Leia mais sobre: Economia