23 de novembro de 2024
Economia

Inflação acelera em abril para 0,22% com remédio e plano de saúde mais caros

O reajuste nos preços dos remédios pressionou a inflação oficial brasileira em abril, elevando o índice para 0,22%, ante 0,09% no mês anterior.

Ainda assim, a inflação permanece nos patamares mais baixos desde o início do Plano Real, considerando o acumulado no ano ou em 12 meses.

Como resultado do reajuste anual vigente desde 31 de março, os preços dos remédios subiram 1,52% e contribuíram com metade da inflação de abril, informou nesta quinta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O grupo Saúde teve alta de 0,91%, também pressionado por aumento no custo do plano de saúde.

Outros grupos que contribuíram para a inflação foram Vestuário (0,62%), puxado por preços maiores de roupas femininas, e Habitação (0,17%), por causa do preço da energia, impulsionado por reajustes na conta de luz no Rio e em Porto Alegre.

Com alta de 0,09%, os alimentos permanecem em patamares baixos em relação a anos anteriores, contribuindo para manter a inflação acumulada abaixo do piso da meta do governo. Foi a menor variação para o mês desde 2007, quando o aumento foi de 0,03%.

Em abril, os maiores aumentos foram verificados na cebola (19,55%), hortaliças (6,46%) e leite longa vida (4,94%), refletindo o fim do período chuvoso.

“Repetindo uma boa safra como a do ano passado, os alimentos vão contribuir para segurar o custo de vida das famílias”, disse o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.

Já a alimentação fora de casa registrou queda de 0,22%, resultado de promoções e realinhamento de preços de restaurantes diante da baixa demanda provocada pela crise econômica, disse Gonçalves.

Meta

A inflação acumulada em 2018 é de 0,92%, o menor patamar desde 1994. Em 12 meses, soma 2,76%, também o menor índice desde o início do Real.

É o décimo mês consecutivo em que esse indicador fica abaixo de 3%, o piso da meta estabelecida pelo governo -que é de 4,5% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em 2017, a inflação foi de 2,97% e ficou abaixo do piso da meta pela primeira vez na história, o que gerou a necessidade de justificativa pelo Banco Central. Em carta ao Ministério da Fazenda, a instituição citou o preço dos alimentos como causa para o descumprimento da meta.

O último relatório Focus , do Banco Central, mostra que o mercado espera que o IPCA feche o ano em 3,49%. Na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC projeta 3,8%.

Em maio, diz o IBGE, a inflação pode ter impactos de aumento no preço da energia, com a adoção da bandeira amarela na conta de luz e reajustes em cidades como Porto Alegre, Fortaleza e Salvador. Além disso, a escalada do câmbio pode ser refletir nos preços de combustíveis e de produtos importados.

INPC

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) também está no patamar mais baixo desde o Plano Real, segundo o IBGE, considerando o acumulado do ano: 0,69%. Em abril, o INPC foi de 0,21%. (Folhapress)


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