O médico infectologista Marcelo Daher aponta que a vacinação contra a covid-19 começa a refletir com mais força nas estatísticas de internações pela doença. O dado é notado principalmente entre os idosos, grupo que tem a imunização mais adiantada.
Números da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) mostram que as pessoas de 60 a 69 anos, que antes eram 22% dos hospitalizados, agora são 10%. “O que observamos é que o número de pessoas idosas internadas tem diminuído. Isso é reflexo da vacina, sim”, disse Daher em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia.
A faixa de 70 a 79 anos, que já representou quase 18% dos internados, hoje tem 8,2%. Entre aqueles com mais de 80, que outrora foram 13,4%, a representatividade é de 6,2%.
Com o número de novos casos também apresentando uma ligeira queda, Daher diz que não é possível precisar se isso é efeito apenas da vacinação, uma vez que a grande maioria da população ainda não está imune.
“A gente começa a ver mais reflexo mais nas internações do que no número de diagnósticos novos. Precisamos avançar um pouco mais de 50% da população com as duas doses. Isso daria um conforto maior”, pontua. “A gente começa a ver uma diminuição de transmissão. Vem perdendo força a transmissão. O R diminuiu. Isso é positivo. Talvez isso seja reflexo da vacina. Talvez seja só o ciclo da doença, que é normal observarmos. É difícil de dizer”, completa.
Para ele, a recente resolução do Comitê Intergestores Bipartite, que determina o fim da reserva de doses para grupos prioritários, pode acelerar a campanha.
“O que estava acontecendo quando estava se vacinando por grupos é que estava demorando demais, principalmente com as comorbidades, pois havia muita dificuldade com os laudos. Ficava ocioso com vacina lá. Assim se pode atingir um número maior de pessoas e mais rápido”, afirmou.
Para o infectologista, se o Brasil conseguir manter uma média de 1 milhão de doses aplicadas por média, os casos de covid-19 devem começar a cair com força. “Se a gente manter a média de mais de 1 milhão de pessoas por dia, conseguiríamos reduzir transmissão e gravidade da doença”.
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