A indústria Kero Frango Alimentos, em Roselândia, distrito de Bela Vista de Goiás, comunicou esta semana, durante uma videoconferência dirigida aos 60 funcionários, que estava encerrando as atividades e dispensando as equipes. Embora há 15 dias os abates estivessem suspensos e o pagamento dos salários estivessem irregulares, os funcionários alegam que ficaram surpresos com o fechamento e que ainda não foi dada garantia sobre o pagamento dos valores devidos e os direitos trabalhistas.
Outro problema em novembro
É o segundo problema da empresa em menos de dois meses. Em novembro, um empresário da Kero, cujo nome não foi informado, foi levado pela Polícia suspeito de filmar inadvertidamente funcionárias trocando de roupa com uma câmera escondida. Além de imagens compartilhadas em redes sociais, a Polícia Civil flagrou as câmeras filmando. Na época, a empresa alegou que as funcionárias é que usavam o local de forma inadequada, por se tratar de um guarda-volumes e não um vestiário, e negou ter vazado as imagens.
Aviso de fechamento em reunião virtual
Na terça-feira (16) os trabalhadores foram surpreendidos pela decisão de fechamento da indústria.
Eles alegam que não receberam o salário de novembro, o décimo terceiro e as verbas rescisórias. Eles foram comunicados do fechamento em uma reunião por um homem até então desconhecido dos trabalhadores.
Ele teria informado que a empresa não tem recursos em caixa para quitar os débitos trabalhistas e não apresentou uma previsão para a regularização dos pagamentos. Conforme os trabalhadores, a empresa também teria deixado de realizar os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devidos à categoria.
Houve relatos de que eles deveriam aguardar uma mensagem da diretoria, mas não se sabe se ela já se posicionou e, por exemplo, encaminhou as rescisões e formulários para o seguro-desemprego dos trabalhadores.
Os funcionários dizem que acionaram o Ministério do Trabalho e o sindicato da categoria em busca de apoio.
Empresa recebeu incentivos fiscais
Por meio de inteligência artificial, é possível verificar que o CNPJ da Kero Frango Alimentos consta como beneficiário do programa PRODUZIR e migrou para o programa PROGOIÁS. O Termo de Enquadramento (TE-001-0010/2021-GSE) foi assinado em 29/01/2021 com a Secretaria Estadual de Economia. Isso significa que ela obteve incentivos fiscais do Estado de Goiás, mas os valores não puderam ser identificados neste tipo de consulta.
A reportagem procurou a versão da Kero Frango Alimentos nesta quinta-feira (18), mas o único telefone disponível é um celular, onde foi enviada mensagem que ainda não foi respondida. O espaço permanece aberto para a manifestação.
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