23 de novembro de 2024
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Incompetente na gestão da pandemia, Bolsonaro parece querer acabar com a democracia no Brasil, aponta editorial do Washington Post

Bolsonaro tem gestão definida como "incompetente" por jornal norte-americano
Bolsonaro tem gestão definida como "incompetente" por jornal norte-americano

O Jornal norte-americano Washington Post destacou em texto editorial nesta sexta-feira (02/04) que o presidente da República, Jair Bolsonaro, não conseguiu fazer que o Brasil impedisse o avanço da Covid-19. A publicação chama sua gestão de “incompetente”.  Não bastasse todo o cenário calamitoso, Bolsonaro também ameaça democracia brasileira. “O Brasil está vivendo um dos piores picos de infecções por Covid-19 que o mundo já viu”, destacou logo na introdução.

A publicação destaca que o Brasil convive com quase 4 mil mortes diárias e um lento sistema de vacinação. Para piorar a situação, há poucas, senão nenhuma, medida de bloqueio para retardar novas infecções do novo coronavírus. Nesse estopim cruel que o Brasil vive, Bolsonaro ainda resiste “medidas de saúde pública” se referindo à medidas restritivas adotadas em todo o globo para tentar conter o avanço da Covid-19, além de tentar promover “curas charlatanescas” se referindo a medicamentos sem nenhuma comprovação cientifica como a ivermectina e a hidroxicloroquina.

“Não há fim à vista: graças à impressionante incompetência do presidente Jair Bolsonaro e seu governo, apenas 2% dos brasileiros foram totalmente vacinados e as medidas de bloqueio necessárias para retardar novas infecções, incluindo de uma variante virulenta que surgiu no Brasil, são praticamente inexistentes”, destacou.

Com seu espírito megalomaniaco, Bolsonaro parece querer dar um golpe político ao ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sivla emergindo como um “potente adversário’ nas próximas eleições. A publicação ainda descreve que Bolsonaro é um admirador do regime militar e do ex-presidente Donald Trump. Logo, deve adotar as mesmas estratégias delirantes que o ex-presidente republicano adotou nas Eleições em 2020: sair disparando por aí que tudo é fraude.

“Bolsonaro expressou abertamente sua admiração pela ditadura militar que governou o país nas décadas de 1960 e 1970. Admirador de Donald Trump, ele adotou a tática do ex-presidente dos EUA de alertar sobre fraude nas próximas eleições e exigir que os sistemas de votação eletrônica sejam substituídos por cédulas de papel. Ele apoiou as alegações de Trump sobre fraude eleitoral, e seu filho, um legislador que visitou Washington na véspera de 6 de janeiro, expressou consternação porque o ataque ao Capitólio não teve sucesso”, destaca um trecho do editorial do jornal norte-americano.

Seja qual for a ameaça que Bolsonaro intente, o jornal destaca que os Estados Unidos devem dar um claro recado à Bolsonaro: “uma interrupção da democracia seria intolerável”.  

“O congresso no Brasil pode propor o impeachment de Bolsonaro por sua péssima gestão da pandemia, incluindo minimizar sua gravidade, resistir às medidas de saúde pública e promover curas charlatanescas. Mas as democracias dos Estados Unidos e da América Latina devem prestar atenção à medida que as eleições do próximo ano se aproximam – e deixar claro para Bolsonaro que uma interrupção da democracia seria intolerável. O presidente brasileiro já contribuiu muito para o agravamento da pandemia covid-19 em seu próprio país e, por meio da disseminação da variante brasileira, pelo mundo. Ele não deve ter permissão para destruir uma das maiores democracias do mundo também.


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