Coordenador da Operação Cerrado Vivo, o bombeiro e capitão Rogério Matos está à frente dos trabalhos no incêndio que desde ontem (12/09) atinge o Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso. Desde as 11h da manhã então, eles se desdobram em tentar controlar o fogo que toma conta da região. “Agora com o raiar do dia, fica mais complicado porque as temperaturas eleva, o vento aumenta a velocidade e faz a propagação do incêndio entrar numa forma mais rápida”, destaca em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia na manhã desta segunda-feira (13/09).
Dizer que o incêndio foi criminoso pode ser uma linha, que só as autoridades de investigação poderão afirmar. “Existe essa possibilidade. É a maior possibilidade que nós vislumbramos para este momento, mas essa parte da investigação, de encontrar realmente se foi realmente humano, esse incêndio vai ficar a cargo da Polícia Civil e Técnico Científico por meio da perícia criminal”, afirma. “A causa real do incêndio não sabemos ainda”, garante.
O incêndio começou pouco antes da tarde deste domingo e deixou ilhados cerca de 50 turistas que estavam no local. Todos passam bem, mas o fogo se alastra. “A vegetação e o relevo são de difícil acesso. A vegetação é muito densa e o relevo é muito íngreme, a gente tem os paredões, as escarpas e isso dificulta muito o combate por solo. Justamente por conta disso, o ICMBio está trabalhando com três aviões que jogam água nesses locais de difícil acesso da tropa dos militares e brigadistas, por meio do solo. A gente tá contando com essa operação em conjunto”, pontua.
Período crítico
Capitão Matos pontua que o momento que vivenciamos é crítico e por isso, todo o cuidado para evitar queimadas é pouco. “Temos uma temperatura superior a 30º, umidade do ar relativa muito baixa e a velocidade do vento elevada. Isso tudo favorece a propagação de incêndios. Eles se tornam bastante complicados de serem combatidos, justamente por conta dessas condições climáticas que estamos vivendo”, destaca.
O trimestre que vivemos torna o tempo ainda mais periclitante. “Os meses de agosto, setembro e outubro são os piores meses que nós temos, por conta dessa questão da estiagem”. Por isso, ele faz um apelo. “O que a gente conclama a sociedade é que não coloque fogo em lote, em lixo, não promova qualquer tipo de fogo neste período. Primeiro porque é crime colocar fogo em lixo, parque e lote. E esses focos devido a essa condições não favoráveis, eles propagam de uma maneira muito rápida. O que a gente conclama à sociedade é que se abomine essa prática de colocar fogo. Não tem que se colocar fogo em nenhuma hipótese, em lixo, pasto, limpar vegetação, lote, nada disso.”
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), órgão que faz o monitoramento de queimadas da Secretaria do Meio-Ambiente do Estado de Goiás (SEMAD), foram registrados nos últimos três dias, a partir de sexta-feira (10/09) 264 focos de queimadas. O número parece ser alto, mas é menor que o mesmo período de 2020 onde foram catalogados 488 princípios de incêndios. “Esse ano está tendo um trabalho junto ao produtor rural, que a Seapa faz, nós participamos junto com eles. Esse trabalho forma brigadas para efetivamente, começou uma queimada, ir lá e acabar com ela rapidamente”, pondera André Amorim, gerente do órgão.