Prefeito de Inhumas Dioji Ikeda (PDT) reafirma que o melhor candidato a governo hoje para representar os partidos de oposição é o prefeito de Anapolis Antonio Gomide. Para Ikeda, Gomide é o nome porque tem uma boa avaliação e faz uma excelente gestão na cidade. A jornal Tribuna Do Planalto, Ikeda explica os motivos de lançar o nome de Gomide.
“Goiás precisa de governo com a visão de Gomide”
Eduardo Sartorato, Filemon Pereira, Marcelo Tavares e Murillo Soares
Prefeito de Inhumas, Dioji Ikeda (PDT), defende candidatura do prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) ao governo do Estado
Apesar da cúpula do PDT estar alinhado com o projeto da Terceira Via, encabeçado por Vanderlan Cardoso (PSB) e Ronaldo Caiado (DEM), o prefeito de Inhumas Dioji Ikeda (PDT) defende a candidatura do prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) ao governo do Estado. Para ele, o petista é a melhor opção porque tem uma gestão bem aprovada e tem se apresentado como um gestor. “O discurso que vem das ruas, diria, é uma administração da gestão que vem ocorrendo em Anápolis”, acredita. De qualquer maneira, Ikeda defende que o candidato a ser apoiado pelo partido deva ser escolhido “democraticamente” entre os partidários e não ser imposto por ninguém. Em Inhumas, o prefeito faz um balança positivo dos primeiros meses como prefeito do município e destaca as parcerias realizadas para canalizar recursos para obras. Dioji Ikeda visitou a Tribuna na segunda, 9, e concedeu a entrevista a seguir.
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Tribuna do Planalto – Qual o balanço que o senhor faz do primeiro ano de sua gestão em Inhumas?
Dioji Ikeda – É um balanço muito positivo quando nos referimos a obras realizadas. Foram oito meses de muitas realizações e obras físicas. Todas com recursos próprios. Investimos maciçamente em saúde. Já tive a felicidade de entregar quatro unidades totalmente reformadas e mais três que estão sendo ampliadas. Além disso, algumas outras obras que estavam paralisadas foram concluídas, como o asfaltamento do Setor Alphaville, que estava paralisado há quase um ano; uma nova unidade de saúde, que estava com as obras paralisadas há quase dois anos. Entregamos praças de lazer com academias de saúde, bibliotecas digitais, pagamos o piso salarial, implementamos bolsas universitárias. Aprovei, com o apoio da nossa bancada na Câmara, uma lei de incentivo ao esporte. Retomamos alguns trabalhos na cultura que estavam esquecidos. Fizemos na última semana o primeiro FestFolK, a semana folclórica, com participação de mais de 12 mil pessoas em três dias de evento.
Quase todos os prefeitos reclamam de falta de recursos. Como o sr. tem feito para investir recursos próprios?
Realmente os prefeitos não estão errados. Tivemos uma queda de receita muito grande, se comparada à receita do último ano. Entramos em 1º de janeiro com o objetivo de fazer uma economia. Hoje estamos com a casa em ordem, com todos os débitos em dias. Essas economias foram o que nos permitiu entregar essas obras. É importante mencionar, também, que fizemos uma transição pacífica. Peguei o município com as certidões negativas. Não havia débitos com fornecedores. Os débitos eram de outras gestões e que estamos saldando fielmente.
Algumas obras não têm como ser realizadas sem o apoio do governo do Estado ou federal. O sr. tem conseguido emendas?
Sim. Sempre sou bem recebido. As parcerias no campo administrativas, tanto no campo estadual quanto no federal são muito benéficas para Inhumas e estão, de fato, acontecendo. Mas nós também abrimos nossas fronteiras para que os parlamentares goianos na Câmara Federal e em Goiâna nos ajudassem. O deputado Sandes Júnior nos destinou uma emenda de R$ 1 milhão, já devidamente empenhada. Já estamos em fase de realização do projeto, que recaperará o asfalto, um problema que a cidade tem enfrentado. A deputada Dona Iris também destinou R$ 500 mil para emenda que já está empenhada. A deputada Flávia Morais também tem nos prestigiado muito e nos destinou R$ 1,5 milhão para investir na maternidade que será construída. O governo também tem tratado o Inhumas com carinho, fazendo a duplicação do trecho urbano, com projeto de iluminação e jardinagem.
Os deputados José Essado e Roberto Balestra, que são de Inhumas, também têm ajudado?
O deputado José Essado, sempre que solicitado, tem ajudado Inhumas. Sabemos da dificuldade, e é bom deixar isso claro, de um deputado estadual empenhar uma emenda junto ao governo, ainda mais se tratando de um deputado de oposição. Na semana passada, ele destinou de sua cota pessoal R$ 750 mil para que possamos investir em segurança. Mas deixo bem claro para os inhumenses que essas disposições não são simplesmente chegar e mandar o dinheiro. Tem que ter o aval do governador e sua equipe para que o dinheiro seja liberado e possamos executar a obra. O deputado Roberto Balestra, que é deputado de sete mandatos e cidadão inhumense. Tive a oportunidade de falar com ele por esses dias e deixei as portas abertas para ele na prefeitura. Inhumas precisa de ter o apoio de suas emendas parlamentares. E tenho certeza que ele vai estar olhando por Inhumas.
O sr. citou duas emendas sobre segurança. Como está essa questão da segurança pública em Inhumas?
Inhumas não foge à regra. Temos observado essa deficiência de segurança pública no Brasil como todo. Na quarta-feira da semana passada, tivemos uma audiência pública convocada pela Câmara Municipal, na qual o Secretário de Segurança Pública esteve presente, assim como o Comandante Geral da Polícia Militar e o do Corpo de Bombeiros. Essas discussões acabam trazendo alguns benefícios. De início, mais uma viatura do GPT ajudará no policiamento, mais uma viatura do policiamento normal, através de uma parceria nossa com a Polícia Militar. Quando falamos em segurança, é bom deixar claro que não é uma atribuição do município. Já estamos disponibilizando, em Inhumas, para as Polícias Miliar e Civil, com estrutura e convênio de banco de horas, mais de R$ 50 mil por mês. É um dinheiro que a gente tem que fazer um aperto e tirar da educação, da infraestrutura e da saúde para destinar a uma área que não é nossa. Mas não podemos virar as costas para um problema que aflinge o cidadão inhumense.
Qual é a maior dificuldade de tratar Inhumas e como a sua gestão tem trabalhado nisso?
O cidadão inhumense é muito bairrista. Não temos problemas estruturais de identificação do cidadão, como tem Goianira, Trindade ou Aparecida. Nós que moramos em Inhumas temos orgulho de dizer que somos inhumenses. O grande desafio é imprimir este ritmo de desenvolvimento em Inhumas e evitar que tenhamos problemas em relação à prestação de serviços públicos, como hoje vemos em outros municípios da região metropolitana.
Hoje vemos um quadro com Friboi e Iris no PMDB e, do outro lado, Marconi. Como o sr., que faz parte da Terceira Via, avalia Vanderlan?
Vejo o Vanderlan como um grande nome, um alinhamento por parte de alguns membros do meu partido com o dele, mas tenho expressado meu posicionamento pessoal sobre isso. Não falo pelo partido. E digo que num momento oportuno esses posicionamentos serão levados à convenção e o posicionamento que o partido tomar, acredito que todos seguirão. Mas meu posicionamento pessoal diverge um pouco do que observo da manifestação de alguns membros do partido. Quando há a possibilidade de uma deputada com certo candidato, ou de outros prefeitos com outros candidatos, são posicionamentos pessoais. Não estamos habilitados a falar pelo partido. Vejo também o governador Marconi muito interessado na parte administrativa, tem focado na gestão. Tanto que podemos observar a olho nu que, de seis meses pra cá, por onde andamos vemos o governo atuar. Vejo também a oposição buscando um certo consenso e certa dificuldade, mas que é normal neste período. Gostaria muito de ver uma candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, a governador do Estado. Ele é visionário, desprovido de vaidade, trabalhador, projetista… Acho que Goiás precisa experimentar uma gestão com a visão que Gomide tem, a nível estadual.
O PDT está fazendo uma espécie de consulta interna para saber o que os filiados pensam entre ficar com o PT/PMDB, com a Terceira Via, ou com o governador Marconi? Como o sr. observa essa análise interna?
Nós tivemos um encontro regional do PDT no final do mês em Inhumas e o partido tem imprimido uma maneira diferente de discutir esse processo. No encontro, colocamos uma cartela com três opções: situação, oposição ou a chamada Terceira Via. Todos que estiveram presentes tiveram a oportunidade de participar e é um trabalho que vai ser intensificado, mostrando a cara de partido.
O que o partido pensa?
O resultado ainda não foi apurado e nós estamos finalizando alguns outros eventos que ocorrerão, de modo que até o final do ano, já teremos um posicionamento, mas isso é importante porque mostra que o partido se preocupa com a sua militância, que está aberto e que não tem dono.
O sr. acredita em união da oposição ? Isso é possível ainda?
Em política a palavra ‘nunca’ não existe. Embora hoje haja um distanciamento da Terceira Via com a oposição, vejo que é possível que podem caminhar unidos, da mesma forma que Terceira Via pode aderir à situação e caminhar com o governador ou do candidato que ele indicar.
O sr. acredita que é possível que a Terceira Via volte a dialogar com o Marconi?
Acredito, como certamente, está dialogando.
Essa questão da terceira via dialogar com a oposição, com PT/PMDB sobretudo, a grande dificuldade é uma conversa entre o DEM com o PT?
Não diria PT, mas a figura do deputado Caiado. Faço uma ressalva de que é outro parlamentar que tem ajudado Inhumas. Acabamos de empenhar uma emenda dele de R$ 500 mil para aquisição de maquinário. Numa visita que ele me fez pedi que nos ajudasse. Ele é muito coerente, transparente, direto e não tem cerimônia para expor o seu pensamento. Então a dificuldade hoje é do deputado com algumas lideranças do PT e são dificuldades de discurso, de posicionamento de ideias que podem, através de um bom projeto, serem separadas.
O sr. já foi filiado e tem proximidade com lideranças do PMDB. Como avalia essa disputa no partido entre Júnior do Friboi e Iris Rezende?
Tenho um carinho muito grande pelo partido e longe de mim querer dar conselho ao PMDB, mas o partido precisa entender o que o povo quer para Goiás. O partido que entender o discurso que vem das ruas terá mais facilidades. Não adianta impor uma candidatura que sai de quatro paredes, que não é candidatura que o povo quer. Na minha singela opinião, os partidos de uma forma geral, têm que tratar isso e ouvir as vozes das ruas para que as candidaturas sejam decididas de acordo com o anseio da comunidade e não com o anseio do próprio partido.
O PMDB está distante do que o povo quer?
O discurso que vem das ruas não é o que o PMDB está pregando. O discurso que vem das ruas, diria, é uma administração da gestão que vem ocorrendo em Anápolis. A vontade do cidadão hoje é de que nós tenhamos um candidato que não tenha vaidade, que fale a voz do povo, que seja trabalhador e que tenha compromisso com a gestão pública e isso posso te falar que Anápolis vive. E é o que estamos pregando em Inhumas.
O sr. acredita que Iris não representa essa modernidade?
Não. O Iris tem muito a dar para Goiás ainda. Talvez não seja o momento de ser candidato a governador, mas ele seria um grande candidato ao Senado ou Câmera Federal, porque poderia usar da sua sabedoria e experiência para ajudar Goiás. Tratar uma candidatura a governador como projeto pessoal não é bom negócio. A candidatura majoritária tem que ser pensada como projeto de Estado.
O sr. acha que o limitador do ex-governador é a questão de idade, ou ele como governador não ia conseguir imprimir uma gestão a altura do anseio do cidadão?
Disse agora há pouco sobre a voz das ruas, sobre o que povo espera para Goiás e dentro do conhecimento que temos, do que nos passam as informações técnicas, o ex-governador não é a vontade do eleitor goiano, mas poderia somar de outra forma, em outras candidaturas que não fosse governador.
Em relação a Antônio Gomide, falam de uma limitação dele de fazer política, de buscar aliados. Como o sr. Avalia?
O que o prefeito Gomide e o deputado Rubens Otoni fazem por Anápolis merecem respeito. Dentro das estruturas partidárias essas divergências são naturais. Mas, de modo geral, isso precisa ser superado e o projeto tem que ser maior do que essas picuinhas partidárias. Sei que o prefeito é muito aberto e democrático com essas questões e isso vai ser superado sem maiores dificuldades
O sr. acredita que o Gomide teria o apoio do PMDB?
Acredito que sim. O próprio PT já deu mostra que é parceiro do PMDB e vice-versa. O que não pode ocorrer é das lideranças partidárias pensarem que o candidato tem de ser A ou B. O candidato tem de ser quem ganha eleição e essa escolha tem de passar por um trabalho técnico.
Esse trabalho técnico deve ocorrer com qual ferramenta?
Nesse primeiro momento com pesquisas qualitativas para que possamos saber qual é o anseio do povo goiano para com as eleições de 2014, para com o Estado de Goiás.
A base do governador faz uma crítica forte à oposição de que ela apenas critica o governador e a gestão atual do Estado, mas que nesse período não apresentou nada de projeto para Goiás. Como o sr. avalia essa crítica?
A crítica tem que existir. Aquele que não se permite ou entende que não deve ser criticado não deve estar na política. Mas pactuo que a crítica deve existir seguida de um bom projeto e quando falamos de projeto a deficiência da oposição existe também. Vejo que a crítica contundente, construtiva, feita e sendo apresentada com um bom projeto, tenho certeza que a oposição sairia muito fortalecida e a oposição está seguindo esse caminho. O próprio Gomide tem feito isso, ele tece poucas críticas ao governo, mas tem apresentado grandes soluções quando a gente se volta para Anápolis. A administração do Gomide, que tem 90% de aprovação, tem sido difundida por todo Estado.
Pesquisas sobre o governador tem mostrado um índice baixo de aprovação em Goiânia e no interior. O sr. acredita que ele pode se recuperar?
Tenho comigo que é preciso respeitar todo mundo e o governador tem o meu respeito. Uma coisa que o cidadão goiano não pode falar é que o governo não está trabalhando. Está trabalhando e tem se preocupado com as necessidade dos Estado. Acredito que o Marconi tem buscado rever, alterar a situação de desgaste político e vejo que se ele for candidato a reeleição, chegará na condição de disputar em pé de igualdade.
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