Foi preciso esperar 13 partidas para assistir ao primeiro empate da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Embora o famigerado número não tenha trazido nenhum infortúnio à bem organizada seleção asiática, que, pelo contrário, comemorou o resultado, o mesmo não se pode dizer dos africanos, que esperavam sair de campo com muito mais do apenas um ponto.
A partida disputada na Arena da Baixada, em Curitiba, teve poucas situações de gols. Na prévia do confronto, as Super Águias eram apontadas como favoritas pela qualidade e experiência de seus jogadores. No entanto, foi o Irã que criou a chance mais clara durante os 90 minutos.
Em entrevista ao FIFA.com, o português Carlos Queiroz, técnico da seleção persa, contou como seus jogadores estavam se sentindo. “Após um empate, o que podemos dizer é que estamos aliviados, porque perder esta primeira partida, sabendo que depois enfrentaríamos a Argentina, teria complicado nossa situação. Estamos muito contentes, porque as possibilidades de trabalho do Irã são muito reduzidas em comparação com as dos demais.”
Para o ex-técnico do Real Madrid, entre outros times, o segredo do Irã foi “a vontade e a grande determinação dos jogadores, que fizeram um jogo fantástico em termos de concentração, disciplina e espírito de equipe. Foi aí que a seleção brilhou. A lição mais importante da partida é que, com o moral elevado, podemos conquistar bons resultados.”
O otimismo também deu o tom da entrevista de Javad Nekounam, capitão do Irã. “Começamos bem. Sabíamos que seria um jogo muito difícil e que, se não mantivéssemos a concentração, poderíamos perder. Ficamos mais felizes do que eles, mas não podemos nos dar por satisfeitos, porque temos apenas um ponto e restam duas partidas muito complicadas.”
Apesar do contentamento, o ex-meio-campista do Osasuna acredita que os persas têm ajustes a fazer para a sequência do torneio. “Coletivamente, fizemos tudo certo. Poderíamos ter garantido a vitória nos últimos 20 minutos, mas pecamos na finalização. Acho que é isso que precisamos melhorar para os próximos compromissos. Considerando que muitos jogadores estavam estreando em uma Copa do Mundo, foi um grande resultado.”
O outro lado da moeda
Para os nigerianos, que chegaram a nove jogos consecutivos sem vitória no Mundial, o empate não era esperado. “Fizemos um bom primeiro tempo”, analisou o técnico Stephen Keshi. “Os atacantes trabalharam bastante e tiveram duas oportunidades para marcar, mas não foram felizes. No segundo tempo, perdemos a organização. Poderíamos ter vencido, mas as ideias não fluíram em campo. Temos que respeitar o Irã, que manteve sua estratégia e teve capacidade de segui-la à risca o tempo todo.”
John Obi Mikel, Craque do Jogo Budweiser, deixou o gramado claramente frustrado. “É claro que estamos decepcionados, porque sabemos a importância de ganhar na estreia e confiávamos nas nossas possibilidades. Poderíamos ter feito um gol no primeiro tempo e acho que o merecíamos, mas o Irã soube neutralizar nossos ataques e se organizou bem atrás.”
Para concluir a entrevista, o talentoso meio-campista do Chelsea adotou um tom mais contundente. “Precisamos melhorar se quisermos passar para a próxima fase. Nós nos preparamos muito bem para esta Copa e não podemos perder mais nenhum ponto nas partidas que faltam.”
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