As autoridades turcas revelaram nesta sexta-feira (1°) a identidade de dois dos três suicidas que atacaram o aeroporto de Ataturk, em Istambul, na última terça-feira (28), provocando a morte de mais de 40 pessoas, além de 200 feridas.
Os homens identificados são Rakim Bulgarov e Vadim Osmanov, sendo que o nome deste último já havia circulado ontem pelos jornais turcos como a pessoa que, um mês antes do ataque, tinha alugado um apartamento no bairro histórico de Fatih para ser usado como centro de comando dos terroristas.
Os dois tinham passaporte russo. Ontem, a Turquia revelou que o trio era originário do Uzbequistão, Quirguistão e da República do Daguestão.
A polícia fez uma série de operações de busca e apreensão no apartamento e em outros imóveis e bairros que podem ter sido usados pelo grupo para organizar o crime. Agora, os investigadores tentam acessar as informações do disco rígido de um notebook destruído e encontrado no lixo do apartamento.
Jornais turcos também divulgaram hoje a suspeita de que um dos mentores do atentado seria o checheno Akhmed Chatayev, preso na Bulgária em maio de 2011 com um mandato de captura da Interpol solicitado pela Rússia. Sua extradição foi autorizada em primeira instância, mas uma Corte de Apelação anulou a decisão visto que o homem tinha status de refugiado na Áustria, país com quem a Bulgária tem acordo de extradição.
Filiado ao Estado Islâmico (EI), Chatayev também já chegou a ser preso pela Suécia por tráfico internacional de armas da Alemanha e foi condenado a 16 meses de prisão em março de 2008. Ele foi solto em janeiro de 2009.
Atualmente, Chatayev é o líder da célula do Estado Islâmico no Cáucaso, que reúne cerca de 130 jihadistas. Ele fugiu da Rússia há cerca de 12 anos e estaria vivendo na Síria.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, criticou os terroristas que cometeram o ataque e disse que o destino deles é o “inferno”. “Eles não têm nada a ver com o Islã. O lugar deles é no inferno por terem matado crianças, mulheres e idosos”, afirmou o mandatário ao fim da última oração desta sexta-feira de Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.
Até o momento, nenhuma organização ou grupo terrorista assumiu a autoria do ataque. O governo turco acusa o Estado Islâmico, mas o país também sofre constantes atentados dos nacionalistas e separatistas curdos do PKK.
Na terça-feira, o trio abriu fogo e detonou bombas no estacionamento e no hall de chek-ininternacional do aeroporto de Ataturk. Ao menos 44 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, mas o balanço de vítimas ainda pode subir.
“Não esqueceremos jamais os nossos passageiros e trabalhadores que perderam a vida”, diz uma placa colocada em um altar em homenagem às vítimas dentro do aeroporto, que já foi reaberto.
Com informações da Agência Brasil
Leia mais:
- Ataque em Istambul: homens-bomba eram da Rússia e da Ásia Central
- Olimpíadas: Após atentado na Istambul, governo pedirá reforço para policiamento de aeroportos
- Sobe para 41 número de mortos em atentado no aeroporto de Istambul
Leia mais sobre: Mundo