05 de dezembro de 2025
Mercado de trabalho

IBGE divulgará novos dados de desemprego com base no Censo 2022 e ajustará série histórica

A atualização irá impactar as estimativas mais recentes de desemprego, além de alterar toda a série histórica iniciada em 2012
A mudança consiste em ajustar o universo populacional usado como referência na amostra da pesquisa. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
A mudança consiste em ajustar o universo populacional usado como referência na amostra da pesquisa. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

Na próxima quinta-feira (31), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará a taxa de desocupação do trimestre encerrado em junho com uma importante novidade: a reponderação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) com base nos dados do Censo Demográfico de 2022. A atualização irá impactar as estimativas mais recentes de desemprego, além de alterar toda a série histórica iniciada em 2012.

A mudança consiste em ajustar o universo populacional usado como referência na amostra da pesquisa. Com isso, os perfis populacionais observados pelos recenseadores, como proporção de gênero, faixa etária, localização urbana ou rural e características étnico-raciais, passam a ser incorporados na composição dos 211 mil domicílios visitados a cada trimestre em mais de 3,5 mil municípios do país.

Segundo o IBGE, “a reponderação da Pnad Contínua em 2025 considera os totais populacionais das projeções de populações divulgadas em 2024, que incorporam os resultados do último Censo, realizado em 2022”. A atualização é necessária, por exemplo, porque o Censo indicou que a população brasileira era de 203,08 milhões em 2022, enquanto a Pnad estimava mais de 216 milhões em 2024, uma diferença significativa, que exige correção.

Revisão nos indicadores

A reponderação tende a provocar revisões nos dados passados. Se, por exemplo, o Censo mostrou maior participação feminina na população, essa proporção será refletida nos lares pesquisados, podendo alterar indicadores de desocupação, renda, informalidade e outros aspectos do mercado de trabalho.

O levantamento do IBGE difere de outras bases de dados como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que mede apenas empregos formais com carteira assinada. Já a Pnad Contínua considera todas as formas de trabalho: com ou sem carteira, temporário, por conta própria, entre outros. Só é considerada desocupada a pessoa com 14 anos ou mais que esteja procurando emprego.

Dados anteriores e expectativa

O dado mais recente, divulgado em 27 de junho, revelou que a taxa de desocupação foi de 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor para esse período na série histórica. A menor taxa já registrada foi em novembro de 2024, com 6,1%, enquanto a mais alta foi de 14,9% nos trimestres encerrados em setembro de 2020 e março de 2021, durante o pico da pandemia.

Com os novos dados, analistas esperam compreender melhor o comportamento recente do mercado de trabalho, especialmente diante das mudanças demográficas reveladas pelo Censo.

O que mostrou o Censo 2022

Realizado após 12 anos, o Censo revelou um retrato detalhado da sociedade brasileira:

  • População total: 203.080.756 pessoas
  • Projeção para 2024: 212,6 milhões
  • Mulheres: 51,5% | Homens: 48,5%
  • Urbanização: 87,4% da população vive em áreas urbanas; 12,6% em áreas rurais
  • Composição étnico-racial: pardos (45,3%), brancos (43,5%), pretos (10,2%), indígenas (0,6%) e amarelos (0,4%)

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