O setor comercial de Goiás vive um momento de expansão no número de empresas e trabalhadores, mas ainda enfrenta desafios no que diz respeito à remuneração dos seus profissionais. De acordo com a Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2023, divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (7), o Estado registrou 377 mil pessoas ocupadas em empresas comerciais, o maior número da série histórica iniciada em 2007. O avanço em relação a 2022 foi de 8,6%, o terceiro maior crescimento proporcional do país, atrás apenas do Piauí e do Amapá.
Apesar da geração de empregos, o salário médio mensal pago pelo comércio goiano foi de R$ 2.342,25, equivalente a 1,78 salário mínimo, também o maior já registrado no Estado. No entanto, o valor continua abaixo da média nacional, que foi de R$ 2.572,49 no mesmo período. Essa diferença salarial tem se mantido desde o início da série histórica, evidenciando um descompasso entre crescimento do setor e valorização da mão de obra em Goiás.

Varejo lidera em empregos, mas paga menos
O comércio varejista, responsável por mais de 71% das unidades comerciais em Goiás, também concentrou a maioria dos empregos do setor em 2023: cerca de 259 mil trabalhadores, ou 68,7% do total. Apesar disso, foi a divisão com o menor salário médio: R$ 1.935,15, o equivalente a 1,47 salário mínimo.
Já o comércio por atacado, que responde por apenas 16% das empresas, emprega 19,2% da força de trabalho do setor e apresenta a maior remuneração média, com R$ 3.669,38 mensais (2,79 salários mínimos). Ainda assim, houve queda de 1,7% em relação ao salário médio desse segmento no ano anterior.
Outro destaque foi o comércio de veículos, peças e motocicletas, que teve o maior crescimento no número de empresas (23%) e também ampliou o número de empregos em 8,1%. Porém, foi a única divisão a registrar queda salarial em 2023, com média de R$ 2.544,53 (1,94 s.m.), o que representa uma retração de 3,2% frente a 2022.
Receita e distribuição de recursos
Mesmo com o crescimento no número de empresas e ocupações, o setor comercial em Goiás teve variação quase nula na receita bruta total de 2023: R$ 281,4 bilhões, apenas 0,3% a mais do que no ano anterior. Desse total, o comércio por atacado concentrou a maior fatia (56%), com R$ 157,6 bilhões, seguido pelo varejo (33%) e pelo comércio de veículos, peças e motocicletas (11%).
O relatório aponta ainda que, embora o comércio varejista lidere em número de empresas, pessoal ocupado e gastos com salários, ele perde em termos de margem de comercialização e receita bruta, o que pode ajudar a explicar os salários mais baixos pagos por essa divisão.
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