O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta quinta-feira (7), em entrevista coletiva, que tivesse feito acordo com a oposição para retomada dos trabalhos do Plenário, após protestos motivados pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O Plenário retomou as votações durante a manhã, mas os bolsonaristas tinham divulgado que Motta fez um acordo para atender pautas de interesse da oposição.
Na terça, o presidente passou pelo constrangimento de ter sua mesa ocupada à força por parlamentares da extrema-direita. Repórteres fotográficos registraram na quarta o momento em que ele aparece sentado na cadeira de presidente, mas aparentando estar sem condições de conduzir os trabalhos, cercado com parlamentares com expressões raivosas. As imagens circularam pelas redes sociais chamando a atenção para o momento turbulento vivido em plena Câmara dos Deputados.
“A presidência da Câmara é inegociável, quero que isso fique bem claro”, afirmou Motta nesta quinta.
Motta desmente informação sobre acordo
Em seguida, ele desmentiu reportagens veiculadas na imprensa sobre uma suposta negociação para o retorno das atividades no Plenário.
“A retomada dos trabalhos não está vinculada a nenhuma pauta”, disse. “O presidente da Câmara não negocia suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com ninguém”, registrou a Agência Câmara.
Hugo Motta também afirmou que, enquanto presidente, não vai abrir mão do papel institucional que a Casa deve cumprir. “Diante de toda a tensão criada, nós conseguimos construir, pautados no diálogo, a solução menos traumática para que a Casa pudesse retomar sua normalidade”, considerou ele.
Apesar das imagens indicarem o clima tenso, Motta insistiu que houve negociação favorável: “Eu penso que, mais uma vez, o diálogo prevaleceu. Nós tivemos a capacidade de conversar o dia todo com todas as lideranças, de poder demonstrar que nós não abriremos mão de reabrir os trabalhos ontem conforme o nosso Regimento prevê, respeitando a nossa Constituição, respeitando o direito ao contraditório, podendo respeitar todos os partidos, todas as lideranças e trazer de volta aquilo que a Casa tem que ser, que é o ambiente do debate, o ambiente da discordância, o ambiente da defesa das ideias e a partir daí deixar o Parlamento funcionar da maneira mais institucional possível”, afirmou ele.
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