12 de agosto de 2024
Cidades

HUGO abre sindicância para investigar morte de Patricia França

Morreu no final de semana a dona de casa,  Patrícia Costa França Ferreira, após 10 dias de procura por atendimento na rede de saúde da cidade de Goiânia. Ela foi atendida no Hospital de Urgência de Goiânia, no Hospital Cidade Jardim e no Cais Chacára do Governador.

A jovem, que morreu vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), após peregrinar por 10 dias em busca de um tratamentos. A família de Patricia diz que ocorreu negligência uma vez que a dona de casa teria procurado atendimento no dia 13 e foi negado. 

Leia a nota da secretaria de saúde sobre o caso de patricia Costa

O Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) esclarecer sobre o desfecho do caso da paciente Patrícia Costa França Ferreira:

1- A paciente deu entrada na unidade no dia 7 de julho, com quadro de cefaléia e perda visual. Foi avaliada por neurocirurgião, encontrava-se lúcida e orientada, sem déficit motor e com sinais vitais normais. Tomografia e angiotomografia de crânio realizadas confirmaram quadro de AVC hemorrágico. Não havia sinal de aneurisma cerebral, má-formação arteriovenosa ou trombose de seio venoso nos exames realizados nas primeiras três horas do atendimento. A paciente foi internada no Hugo, seguindo orientação da Neurocirurgia, para tratamento conservador.

1.1- Nos dias seguintes, foi avaliada por outros dois neurocirurgiões. Nova tomografia realizada em 9 de julho, demonstrava diminuição do hematoma, motivo que levou à conduta de manter o tratamento clínico, sem necessidade de cirurgia. O devido acompanhamento neurológico se deu até a data de sua transferência, pela Central de Regulação no dia 10 de julho, a uma unidade conveniada ao SUS.

1.2- Não é possível fornecer informações sobre o atendimento que a paciente recebeu no Hospital Cidade Jardim.

1.3- Em 11 de julho, Patrícia retornou ao Hospital de Urgências de Goiânia trazida por familiares. Novamente avaliada por neurocirurgião na Emergência do Hugo, a paciente encontrava-se assintomática. Após examiná-la e revisar os exames realizados, o profissional prescreveu medicação anticonvulsivante e para dor. Foi orientada a retornar ao hospital Cidade Jardim para manter a internação.

1.4- Um novo retorno ocorreu no dia 16 de julho, quando a paciente apresentava dor de cabeça, com estabilidade clínica e hemodinâmica, e nível de consciência mantido. A triagem seguiu os protocolos baseados em critérios internacionais (Protocolo de Manchester) para o encaminhamento feito ao Cais, onde, segundo relatos da família, apresentou piora clínica.

1.5- Na mesma madrugada de 16 de julho, Patrícia deu entrada na Emergência do Hugo com rebaixamento de consciência evoluindo para parada cardiorrespiratória, prontamente revertida. A paciente foi encaminhada a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nova tomografia evidenciou a diminuição do hematoma previamente existente e o surgimento de dois novos focos de hemorragia em diferentes regiões do cérebro, sem indicação de intervenção cirúrgica.

1.6- Em 17 de julho a paciente apresentou sinais de falência cerebral, motivo que levou à retirada das medicações sedativas conforme preconizado pelo protocolo de morte encefálica, instituído pelo Ministério da Saúde.

1.7- Após o fechamento do protocolo, com a realização no dia 18 do último exame que o compõe que é o eletroencefalograma, foi retirado o suporte clínico da paciente e o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

2- O Hugo aguarda laudo cadavérico para confirmação das possíveis causas dos diferentes sangramentos apresentados ao longo do período pela paciente. Somente essa avaliação conclusiva pode validar qualquer hipótese levantada até então.

3- O protocolo de morte cerebral é composto por dois exames clínicos, realizados com intervalo mínimo de seis horas. Além desses, um exame complementar é realizado para avaliar a existência de atividade cerebral. Neste caso, o último exame, um eletroencefalograma, foi feito às 12h39 de sábado (18). Realizado por um técnico, seu resultado não é emitido imediatamente, pois necessita da avaliação criteriosa de um médico especialista. Após esta análise, o resultado definitivo foi informado à equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no início da noite da mesma data, quando o fato foi comunicado à família.

4- Foi aberta sindicância pelo Hugo para apurar as condutas de todos os envolvidos na assistência dada a paciente Patrícia Costa França Ferreira, que será encaminhada  ao Conselho Regional de Medicina que apurará se houve algum ato ilícito ético ou de conduta profissional.

5- Desde o início, respaldada por informações do prontuário médico da paciente, a direção do Hugo se mantém disponível para esclarecimentos aos familiares, imprensa e opinião pública.


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