23 de dezembro de 2024
Cidades

“Houve um período muito grande de estiagem este ano”, diz Vitti sobre abastecimento hídrico

Foto: Assembleia Legislativa de Goiás
Foto: Assembleia Legislativa de Goiás

O governador em exercício José Vitti (PSDB) participou na manhã desta segunda-feira, 11, de entrevista na Rádio 730 AM. Durante a entrevista Vitti falou sobre abastecimento hídrico, sucessão no Palácio das Esmeraldas, da agenda e a experiência de estar sendo governador interino. A entrevista foi conduzida pelos repórteres Rubens Salomão, Cleber Ferreira e Eduardo Horácio.

Abastecimento Hídrico

No início da conversa José Vitti falou sobre a pauta mais importante que vem enfrentando à frente do Governo, que é a crise no sistema de abastecimento hídrico pelo qual o Estado passa. Sobre esse assunto afirmou que alguns fatores são inerentes ao Estado e a Saneago, mas que existem outros os quais ambos não possuem o controle. “Houve um período muito grande de estiagem este ano, e o período chuvoso, portanto, não foi suficiente para que os rios pudessem recuperar sua capacidade de abastecimento para o nosso sistema. Outro problema que enfrentamos é a captação ilegal de água nos nossos leitos”, destacou.

Vitti destacou que a entrada em funcionamento do Sistema Mauro Borges já permitiu que no último sábado vários bairros pudessem ser abastecidos e que seu funcionamento irá agora desafogar o uso do sistema do rio Meia Ponte. “Alguns problemas pontuais podem existir pelo fato de peculiaridades do sistema de distribuição, então o problema só estará completamente resolvido a partir do momento em que as chuvas retornarem”, explicou.

O governador em exercício observou que o Governo já vem agindo para garantir tranquilidade neste assunto a longo prazo. “Já está sendo pensado, por exemplo, na construção do sistema de Caldas. A Saneago está fazendo a sua parte e o Governo do Estado está absolutamente imbuído para que os problemas sejam minimizados e os problemas pontuais sejam solucionados o mais rapidamente possível”.

Questionado sobre a barragem do Rochedo e a estocagem da água da chuva que em algumas épocas do ano corre livremente sem controle pelo sistema, o governador interino disse que o tema voltou sim a pauta do Governo. “Os técnicos estão debatendo sobre este assunto e hoje é sim uma preocupação já que o mais importante é garantir que, no momento em que tivermos água sobrando, consigamos captar e possuir uma reserva técnica que possa ser distribuída em períodos de escassez”, afirmou.

Vitti falou que a Secretaria do Meio Ambiente está também envolvida nestas questões e que multas e notificações já estão sendo aplicadas a produtores irregulares cujos pivôs de irrigação estão sendo lacrados. “Muitos captadores nos leitos não possuem outorga para captar água no atual período, alguns sequer possuem a outorga e o que precisa ser feito então é implementar uma maior fiscalização desses casos”.

A respeito de racionamento Vitti garantiu que não haverá racionamento no momento. “A palavra que eu tenho da própria Saneago é de que não se discute ainda essa possibilidade, porém, é preciso que a população faça utilização racional da água que temos hoje disponível”, alertou.

Sucessão

Sobre a experiência de ser governador Vitti afirmou que é uma oportunidade gratificante. “Minha ascensão ao cargo se deu devido a confiança do próprio governador e do vice-governador a minha pessoa, e por isso, ambos saíram simultaneamente. Esse fato é importante pois valoriza o Parlamento Goiano. Tenho certeza que todos nós do Legislativo estamos honrados com essa minha experiência e esse gesto do governador. É um cargo que poucos conseguem chegar, cheguei de maneira interina, mas confesso é um orgulho muito grande poder sentar nesta cadeira”.

Sobre a sucessão ao Governo do Estado, Vitti ratificou a opção sobre José Eliton como o candidato do PSDB. “Tudo que ele vem fazendo pelo Estado solidificou a sua candidatura ao Governo do Estado de Goiás. Ele tem trabalhado e conseguido solidificar seu nome como opção. Podem ocorrer intempéries, mas a candidatura dele está praticamente certa”, observou.

Sobre a dificuldade do pleito, Vitti disse acreditar que será uma eleição difícil. “O País está sendo passado a limpo e a população está desacreditada da classe política, então será um pleito difícil se analisarmos a realidade e as dificuldades que a Nação enfrenta atualmente”.

Questionado sobre sua opção para o Senado Federal, o governador interino destacou que a formatação da chapa será naturalmente definida em um futuro que depende ainda de inúmeras variáveis. “Temos aí a questão do destino do próprio governador Marconi Perillo e não sabemos sequer quem serão os nossos adversários, então o que temos que fazer no momento é trabalhar e posteriormente as coisas vão se ajeitando para organizar essa chapa”.

Sobre disputar uma candidatura com Daniel Vilela ou Ronaldo Caiado Vitti afirmou que melhor seria se os adversários estivessem em chapas separadas. “Se ambos estiverem juntos é claro que a disputa se torna mais difícil. São dois perfis absolutamente diferentes. Daniel é ainda muito jovem mas tenho certeza de que um dia será governador. Não sei se esse momento seria o mais apropriado a ele. Por outro lado Ronaldo Caiado é um grande congressista e bastante conhecido, porém muito duro em suas posições para promover uma aglutinação a qual o executivo demanda”.

Agenda

Sobre um dos primeiros compromissos da agenda como governador, no qual recebeu no Palácio, o presidente da Associação Brasileira de Empresas Pesquisas Mineral, Luiz Antônio Vessâni, Vitti destacou que foi buscado na oportunidade a viabilização de uma segunda reunião para tratar, com todos os sindicatos ligados à mineração no Estado e as mineradoras, sobre a Lei estadual que trata da taxa única de fiscalização sobre retirada de minérios.

“Foi uma Lei muito mal elaborada, pois cobra uma taxa linear sobre tonelada retirada. Temos minérios que custam 1.800 dólares a tonelada e temos minérios que custam 5 reais o metro cúbico, então uma taxa de 7,50 reais para ambos acaba por inviabilizar as mineradores do Estado”, explicou Vitti.

Ele disse que irá apresentar, neste sentido, um estudo técnico à Secretaria da Fazenda e solicitar que a Lei seja revogada. “Estamos passando por momentos de dificuldades nas commodities minerais e também da mineração básica e essa Lei prejudica muito a retomada do crescimento do setor”.

Ao final da entrevista Vitti falou a respeito do projeto de lei que tramita na Assembleia e que trata do ICMS Gestão. Ele disse que a matéria ainda está sendo discutida para ser aperfeiçoada dentro daquilo que os municípios pleiteiam. “Alguns prefeitos defendem que o projeto vá adiante com algumas alterações. A verdade é que a intenção do Governo é muito boa. Talvez ele traga algum prejuízo para os municípios maiores, porém grande parte do Estado será beneficiada e estes municípios que se sentem, nesse primeiro momento, prejudicados, podem trabalhar no sentido de melhorar os seus índices e consequentemente sua arrecadação dentro do que é estabelecido nesse projeto”.

Vitti afirmou que a matéria só irá avançar se houver um consenso. “Nós não vamos fazer nada que não esteja de comum acordo com todos os envolvidos. As prefeituras estão colocando suas posições. A ideia do Governo é melhorar a divisão do bolo do ICMS”, finalizou.


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