22 de novembro de 2024
Erro médico

Hospital de Uruaçu atesta morte de homem que estava vivo

O agente funerário percebeu os sinais vitais do homem, que passou 5 horas em um saco plástico, e acionou o SAMU
O homem permaneceu 5h dentro de um saco plástico após ser declarado morto erroneamente. Foto: Reprodução/O Popular
O homem permaneceu 5h dentro de um saco plástico após ser declarado morto erroneamente. Foto: Reprodução/O Popular

O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, atestou a morte de um homem, que foi identificado como vivo por um agente funerário, 5 horas depois. José Ribeiro da Silva, de 62 anos, que era paciente oncológico e estava internado no hospital desde o dia 23 de novembro, teve a morte declarada na noite de terça-feira (29), com identificação dos sinais vitais, percebidos pelo funcionário da funerária antes de dar início aos preparativos do corpo.

De acordo com as informações publicadas pelo O Popular, e confirmadas pela irmã de José, Aparecida Ribeiro, ao Diário de Goiás, o paciente teve a morte anunciada pelo médico responsável por volta das 20:30h da noite de ontem (29). Segundo Aparecida, o irmão teria sido identificado rapidamente pela prima, tendo o óbito declarado e atestado pelo Hospital, como choque séptico, entretanto, os sinais vitais só foram percebidos 5 horas depois.

Aparecida relatou que José permaneceu dentro do saco plástico para cadáveres durante todo e tempo e percorreu cerca de 100 quilômetros nestas condições, de Uruaçu até Rialma, cidade onde a família mora. Ao constatar a respiração e os batimentos, por volta das 1:05 da madrugada, o agente funerário entrou em contato com a família e acionou o socorro médio do SAMU, que identificou os sinais de vida, colocou José em respiração mecânica e o encaminhou para o Hospital Municipal de Rialma.

Após o susto

Em conversa com o Diário de Goiás, a irmã de José afirmou que ele está sendo bem cuidado no Hospital de Rialma, onde segue internado aguardando vaga para UTI na cidade mais próxima. José permanece parcialmente sedado, mas respondeu ativamente aos comandos dos médicos, mexendo os dedos quando solicitado.

Quando indagada sobre os procedimentos legais em relação a conduta do médico e do hospital, Aparecida afirma que não pretende entrar com processos por agora e ainda nem chegou a pensar no assunto. No momento, ela ressalta que “só queria que ele fosse para um hospital com mais recursos”.

Medida legais

José estava em tratamento contra um câncer de garganta desde fevereiro deste ano e passou por diversos procedimento de quimioterapias e internações. Agora, a família aguarda pela regulação da vaga de UTI e espera que José se recupere bem do ocorrido.

De acordo com informações divulgadas pelo O Popular, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) afirmou que o médico responsável teria sido afastado da função e uma sindicância instaurada para apurar o que aconteceu. Na nota, a SES disse que lamenta o ocorrido, que está dando suporte à família e tomará todas as medidas cabíveis.



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