23 de novembro de 2024
Investigação

Homem que planejou bomba no aeroporto de Brasília comprou artigos em loja de Goiânia; entenda

No seu depoimento, o homem disse que bombas eram para "dar início ao caos"
George Washington de Oliveira Sousa, preso e condenado por planejar um atentado. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
George Washington de Oliveira Sousa, preso e condenado por planejar um atentado. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, preso e condenado por planejar um atentado a bomba em um caminhão de combustível perto do aeroporto de Brasília, no ano passado, teve suas movimentações financeiras investigadas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Um relatório entregue à CPI do 8 de janeiro e divulgado pela Folha de S.Paulo, mostrou que seus gastos eram incompatíveis com seu patrimônio e que ele usou mais de R$ 60 mil em lojas de armas e munições antes do ataque.

O Coaf, que combate à lavagem de dinheiro compilou transações realizadas por meio de contas abertas em três instituições financeiras, entre março e dezembro de 2022. Uma das transações mostra, inclusive, que George Washington fez duas compras na loja Shooter Armas, em Goiânia. Uma das aquisições foi em 30 de agosto e outra em 21 de dezembro. Juntas, elas somaram R$ 5.460. “Um dia antes da implantação do explosivo, em 23 de dezembro, novos débitos foram registrados em empresas de armas e artigos militares, um deles no valor de R$ 2.150”, diz a reportagem da Folha.

Além dos gastos em Goiânia, o bolsonarista comprou, na loja No Risk, de São Paulo, três vezes entre os dias 17 e 30 de agosto, totalizando R$ 35 mil em gastos. “Os recursos utilizados nessas transferências ficaram poucos minutos na conta do cliente (entre crédito e débito). A origem dos valores foi concentrada do Posto Cavalo de Aço LTDA”, diz o documento.

Vale lembrar que a tentativa de implantar a bomba acontece em 24 de dezembro, véspera de Natal de 2022, mas a explosão foi evitada quando motorista de caminhão se deparou com o objeto dentro de seu veículo, que transportava 63 mil litros de querosene de aviação.

No seu depoimento, George Washington chegou a revelar que o plano foi articulado junto a manifestantes que estavam acampados no Quartel General do Exército, em Brasília, e que bombas no aeroporto de Brasília eram para “dar início ao caos”.

A advogada Rannie Karlla Ramos Lima Monteiro, que faz a defesa de George Washington, afirmou que não iria se manifestar sobre as conclusões do Coaf por não ter conhecimento do documento.


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