Uma festa de família para a celebração do Réveillon terminou em tragédia em Campinas, no interior de São Paulo. Um homem invadiu a casa, no Jardim Aurélia, bairro de classe média, e matou a tiros sua ex-mulher, seu filho de 8 anos e outras dez pessoas que estavam no local.
Segundo a Polícia Militar, o técnico de laboratório Sidnei de Araújo, 46, se matou na sequência com um tiro disparado de uma pistola 9 mm contra a própria cabeça. As demais vítimas morreram com tiros na região do peito e das costas. Foram baleadas 15 pessoas de três famílias que estavam na casa para comemorar a virada do ano.
Das quatro vítimas resgatadas com vida da casa, uma morreu e três seguiam internadas neste domingo (1º) em unidades hospitalares, com estado de saúde estável.
Outras três pessoas saíram ilesas da chacina -duas se esconderam em banheiros da casa e a terceira foi poupada pelo atirador. Ela segurava um bebê no colo e teria ouvido de Araújo que “ela nunca havia feito nada contra ele”, segundo informou a polícia.
O crime ocorreu no final da noite deste sábado (31), faltando poucos minutos para a virada do ano. O atirador chegou de carro, pulou o muro da casa e começou a atirar.
O alvo principal era Isamara Filier, 41, sua ex-mulher, que também foi atingida e morta pelos disparos. Ela estava separada de Araújo, que não aceitava o fim do casamento, há cerca de três anos. Parentes do técnico de laboratório dizem que ele se queixava de não poder ver o filho.
A dona da casa onde ocorria a festa de Réveillon era tia de Isamara e também morreu.Um adolescente de 17 anos que saiu ileso da chacina disse à polícia que pensou, no início, que o barulho dos tiros era de fogos de artifício.
Só percebeu que seus parentes estavam sendo mortos quando viu um tio caído. Ele perdeu a avó e a mãe na chacina. O pai seguia hospitalizado. Escondido no banheiro, o adolescente conseguiu acionar a polícia por telefone e ouviu Araújo ameaçar Isamara antes de matá-la: “Vou te matar. Você tirou meu filho”.
O jovem de 17 anos também ouviu o desespero do filho do atirador antes de morrer: “Você matou a mamãe”.Ele ainda informou à polícia que o atirador travava uma batalha na Justiça pela guarda do filho. A separação do casal, segundo a testemunha, teria sido motivada por uma suspeita de que o atirador “havia abusado sexualmente do próprio filho”.
Além da pistola 9 mm, com um cartucho reserva, Araújo carregava dez artefatos explosivos. Ele também deixou um áudio em um gravador no qual se desculpava de “algo que poderia acontecer”, além de insultar a ex-mulher.
A irmã de um sobrevivente da chacina disse que Sandro Regis Donato, 44, se fingiu de morto para não levar mais tiros. Ele foi ferido no abdome e hospitalizado.”Meu irmão se fingiu de morto para não morrer de verdade. Ele levou o primeiro tiro, caiu e ficou sem se mexer. Graças a Deus ele está vivo, mas estamos todos muito abalados”, disse a mulher, que preferiu não se identificar, no momento em que saía da casa cena do crime.
Em frente ao local, no momento da chacina, ocorria uma festa no salão de uma igreja presbiteriana. Segundo o relato de um vizinho, o pastor suspeitou que o barulho era de fogos de artifícios. “Havia umas cem pessoas. Todo mundo da vizinhança foi convidado. As pessoas correram pra se esconder no salão. Ficaram abaixadas.”
(FOLHAPRESS
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