Bolsonaristas realizaram, na noite deste sábado (22), uma vigília em prol de Jair Bolsonaro, convocada pelo seu filho, Flávio Bolsonaro. Durante a ação organizada por apoiadores, próximo ao condomínio do ex-presidente, um homem usou o microfone para criticar as ações de Bolsonaro pai e foi agredido.
O homem usou o microfone disponibilizado pelos apoiadores para criticar a atuação do ex-presidente durante a pandemia e defender sua prisão preventiva, autorizada na madrugada do último sábado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após tentativa de violação da tornozeleira eletrônica usada por ele. Ao perceberem a fala do homem identificado como Ismael Lopes, de 34 anos, os bolsonaristas retiraram o microfone de suas mãos e o retiraram do local sob agressões verbais e físicas.
Ismael é um dos coordenadores nacionais da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito e disse aos jornalistas que a intenção era trazer a palavra de Deus e desestimular o que chamou de “instrumentalização da fé cristã”. “Vim aqui para tentar fazer uma fala baseada na palavra de Deus, para acabar com essa instrumentalização da fé cristã que eles fazem, mentindo para o povo. Veio um monte de gente em cima de mim, soco, chute, um tentou me derrubar e caiu. Acabei caindo, alguém espirrou spray de pimenta no meu rosto”, relatou.
De acordo com o coordenador da Frente de Evangélicos, a agressão já era esperada por ele. No microfone, Ismael disse que Bolsonaro “abriu 700 mil covas”, e que deveria ser julgado e condenado pelos crimes que cometeu.
“Nós temos orado por justiça nesse país, nós temos orado para que aqueles que abrem covas caiam nelas, não mortos, porque não é isso que a gente deseja. A gente deseja que sejam julgados e condenados pelo mal que fizeram. Como seu pai, que abriu 700 mil covas durante a pandemia, seja julgado pelo devido processo legal, tenha seu direito de defesa, mas que seja condenado e responda pelos crimes que cometeu, assim como todos os aliados que puseram essa horda de mal contra o nosso Estado”, disse Ismael em fala direcionada a Flávio, segundos antes de ser retirado do local.
Após o discurso, ele levou chutes, tapas e pontapés, e chegou a cair no chão. Um policial precisou jogar gás de pimenta para afastar os bolsonaristas e conseguir retirá-lo de lá, em meio a multidão.
Vigília que levou à prisão
A vigília foi convocada pelo filho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, um dos motivos que levaram a sua prisão. A Polícia Federal entendeu que a ação causaria aglomerações em frente à casa do ex-presidente, gerando riscos.
Além disso, o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica. De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, “a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu”, com o uso de manifestações para obter “vantagens pessoais” e “causar tumulto”.
Bolsonaro foi levado à sede da Polícia Federal, situada na Aza Sul, em Brasília, e permanece preso preventivamente na chamada “Sala de Estado”.
Leia mais sobre: Política

